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Najila, que denunciou Neymar, é acusada de difamação por dizer que polícia está comprada

12 de Junho de 2019

De acordo com reportagem do O Globo, A Polícia Civil de São Paulo registrou um boletim de ocorrência contra a modelo Najila Trindade, de 26 anos, pelo crime de difamação. Segundo a polícia, a mulher que acusa Neymar de estupro pode ter atingido a honra da instituição e de seus policiais ao declarar, em uma entrevista exibida pelo SBT, que a polícia está "comprada".

A declaração foi dada em uma reportagem para o jornalista Robeto Cabrini sobre o destino do tablet onde estariam fotos que mostrariam a agressão de Neymar e que, segundo Najila foi roubado. A modelo disse que seu apartamento foi invadido. Mas, ao ser questionada sobre o fato de que os investigadore só encontraram impressões digitais dela e da empregada no imóvel, Najila respondeu:

— É, mas a polícia está comprada, né? Ou não? Ou estou louca?

"A polícia está comprada, não é, ou não? Estou louca?", questionou Najila em entrevista ao SBTImagem: Reprodução/SBT
 

"Analisando o teor das declarações (...) verifico ter sido maculada não só a honra da Polícia Civil do estado de São Paulo como instituição (...), mas, sobretudo, a honra objetiva dos servidores responsáveis pela coleta do material papidatiloscópico", escreveu o delegado Fernando Bessa, titular da Equipe de Intervenção Estratégica da 6ª Delegacia Seccional, responsável pela investigação.

Antes de instaurar um inquérito contra Najila, Bessa pretende ouvir o depoimento dos policiais que fizeram a coleta de digitais no apartamento da modelo para saber se eles se sentiram ofendidos.

Se eles decidirem fazer representação contra ela, a modelo será chamada para prestar depoimento.

"Desta feita, analisando o teor das declarações de Najila à imprensa, sobretudo quando questionada acerca das digitais colhidas na porta de seu apartamento, verifico ter sido maculada não só a honra da Polícia Civil do Estado de São Paulo como instituição (sendo, inclusive, tais declarações, através de nota conjunta da Associação dos Delegados de Polícia Do Estado de São Paulo e do Sindicato da mesma classe, devidamente repudiadas), mas, sobretudo à honra objetiva dos servidores lotados no IIRGD, responsáveis pela coleta do material papidatiloscópico", diz o BO.

"Assim sendo, visando obter a condição objetiva de procedibilidade para instauração do competente Inquérito Policial com o fim de apurar os fatos supradescritos, um ofício deverá encaminhado ao IIRGD, objetivando o comparecimento dos policiais responsáveis pela coleta da prova material no apartamento da investigada, para que estes prestem declarações acerca do ocorrido e, caso sintam-se atingidos em sua honra, apresentem eventuais representações na forma preconizada pela lei (Artigos 141, inciso II e 145 parágrafo único, ambos do Código Penal)", completa o texto. Na nota conjunta citada pelo BO, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) e a Adpesp.

Diz a nota:

"Antes de mais nada, reafirmamos nossa solidariedade a toda e qualquer vítima de violência de gênero e o compromisso da Polícia Civil do Estado de SP em combater com rigor este tipo de crime. Todavia, não podemos tolerar que afirmações sem qualquer fundamento venham a macular a honra de policiais e a imagem de toda uma instituição."

"Com quase 200 anos de história, a Polícia Civil de São Paulo é um órgão respeitado e que possui em seu quadro servidores competentes que desenvolvem seu trabalho com seriedade, comprometimento e respeito máximo às normas legais vigentes."

"Toda investigação realizada pela Polícia Civil é inequivocamente regida pelos princípios da isenção e imparcialidade, e seu único compromisso é com a busca pela verdade. A Polícia Judiciária se mantém firme em seu caráter investigativo, que exige independência absoluta em sua atuação."

"Reafirmamos, assim, nossa estrita confiança no trabalho da delegada de polícia que preside a investigação, na equipe do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) - referência nacional em identificação digital -, bem como nos demais policiais civis que nela labutam, com a certeza de que a Polícia Civil bandeirante seguirá prestando um serviço responsável, ético e de qualidade à sociedade."

A Secretaria de Segurança Pública enviou nota à reportagem exaltando o trabalho das autoridades envolvidas no caso:

"A Polícia Civil do Estado de São Paulo atua no estrito cumprimento do seu dever com absoluta transparência, isenção e imparcialidade. Trata-se de uma instituição centenária, formada por homens e mulheres de caráter, que diariamente colocam suas vidas em risco em busca da Justiça e a defesa da sociedade. A coleta de impressão digital é apenas uma parte do processo investigativo que está em curso pela 6ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Todas as circunstâncias relativas aos fatos estão sendo apuradas. O Instituto de Identificação Ricardo Gumbletom Daunt (IIRGD) recebeu somente neste ano, mais de 2.000 casos, sendo mais de 500 esclarecidos pelo trabalho do instituto".

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