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Grupo Eugenio traz melodias lúdicas e fala de amor em suas letras

11 de Junho de 2019

Por Humberto Finatti

Formado há cerca de um ano e meio na industrial Sorocaba (interior de São Paulo), o grupo Eugenio traz em sua formação o experiente guitarrista, compositor e vocalista Paulo Lins, já um veterano na cena rock independente brasileira: nascido em Manaus, capital do Amazonas, Lins também integra até hoje o excepcional grupo Mezatrio, que com mais de uma década de existência se tornou um dos principais nomes do rock da região norte brasileira, por centrar sua música em uma parede de guitarras melódicas e distorcidas ao mesmo tempo e onde a experimentação sonora dá suporte a letras contemplativas e salpicadas de metáforas sobre a existência humana. Pois foi esse feedback que o músico levou consigo quando se mudou para Sorocaba há cerca de 4 anos, por questões profissionais. Lá ele encontrou outros dois jovens músicos, Sthé Caroline (guitarras, bateria e vocais) e Murilo Shoji (bateria, guitarra, baixo e vocais) que partilhavam dos mesmos gostos e referências musicais: MPB, indie rock e algo de experimentação noise à la Sonic Youth e Yo La Tengo.

Daí nasceu Eugênio, que em apenas um ano e meio editou três Eps ao vivo e acaba de lançar seu primeiro EP de estúdio, com cinco músicas que desvelam uma ambiência sonora envolvente, onde melodias lúdicas recebem interferências dissonantes de guitarras ora em noise abrasivo, ora em placidez sonora. As músicas dão suporte a letras (em português) reflexivas e que tecem tratados curtos mas certeiros sobre amores, encontros e desencontros cotidianos a que todos nós estamos sujeitos a enfrentar.

Para conhecer um pouco mais sobre a banda, confira a página deles no Facebook e o site oficial: https://web.facebook.com/eugenio.oficial/ e https://www.comodiriaeugenio.com/?fbclid=IwAR0fGJpXAhLQ4qzo0U5Ntd2Rk_FJx1KVp_26dp8lzhxZE_Fx87L3SVjIDwE.

A banda também foi objeto desta ótima matéria publicada no site Palco Alternativo, assinada pela editora do mesmo, Natasha Ramos:

Palco Alternativo: Por que “Eugênio”?
PAULO: Existem algumas versões, tem a história do barbeiro Eugênio que ia tirar um pouquinho de nada da minha barba e me deixou sem nada… mas tem a de verdade que é Eu-Gênio… nossos desejos são de nossa responsabilidade, ou seja, não existe a lâmpada, eu sou meu próprio gênio.

PA: Quais as referências de vocês (musicais ou não)?
SHOJI: Olha, essa sempre acaba sendo uma pergunta difícil porque nós três temos gostos muito diferentes. O Paulo eu sei que gosta muito de Radiohead e ele sempre acaba usando eles como referência. A Sthé sempre fala sobre Ventre e os MPB’s da vida, mas ela também tem muita influência do metalcore e do emo. Eu acabo sempre citando algo diferente toda vez que me perguntam. No momento talvez seja Bring Me The Horizon e Toe, mas falando num geral, Cartola é uma influência gigantesca.

PA: Como é o processo de composição das músicas?
SHOJI: Eu acho que é bem dinâmico. Um dos três envia uma ideia (letra, melodia ou até groove de bateria) pelo nosso grupo do Whatsapp e lapidamos isso nos ensaios. Geralmente rola um brainstorm de ideias e improvisações onde muitas coisas são adicionadas e/ou descartadas. Nada de muito peculiar, mas cada uma das músicas, mesmo que gravadas sempre acaba soando diferente de um show pro outro, a gente tem essa mania de ficar querendo improvisar que as vezes da certo e as vezes não (hahahah).

PA: Vocês tem um EP lançado com 5 músicas, chamado “Como Diria Eugenio: Um pouquinho de nada” Fale mais sobre essa trilogia, qual é a proposta?
PAULO: a ideia é mostrar nesta trilogia o ciclo de sentimentos: lançamos em janeiro o 1º EP da Trilogia, que se chama “Como diria Eugênio: “Um pouquinho de nada”.

Este primeiro trabalho foca em tratar a dor em todos os seus formatos, seja emocional, física, passional, cognitiva.

Ele é composto por 5 músicas que divagam sobre este tema, 2º EP que se chamará “Como diria Eugênio: Longa História, Breves Fins”, que trata do reconhecimento dessa dor e o conflito entre a aceitação e o plano de fuga, o 3º que se chamará “Como diria Eugênio: Enfim, um espelho invisível sou eu” trata da superação, seja ela com ou sem final feliz.

PA: O que é essa coisa de “pessoas, como espelhos invisíveis”, que aparece no site de vocês?
PAULO: É o simples fato de nos identificarmos nos outros. Refletimos nossos sentimentos, frustrações, no outro, nos vemos no nosso próximo… o dia em que entendermos que as pessoas são espelhos invisíveis, aprenderemos a cuidar melhor do outro, da comunidade.

PA: Onde vocês já tocaram?
SHOJI: Em Sorocaba, já passamos pelo Asteroid, Solana Records, Sound, Feira Beco do Inferno, Hangar 51, Pupa, Maloca e mais alguns. Fora daqui tocamos na rádio Interativa Web de Cerquilho, e em São Paulo tocamos algumas vezes no Baderna junto com o pessoal da Britônicos. Neste semestre, voltaremos pra lá e tocaremos no Breve junto com o pessoal do Bazar Pamplona e a Marisa Brito lá do Pará, além de outros eventos como parte da divulgação dos EPs da trilogia

PA: Quais os planos para o futuro?
PAULO: Além do lançamento dos EPs, já estamos negociando a participação em diversos festivais e eventos pelo Brasil. Temos o Coletivo Funâmbula, em Sorocaba, que promove eventos, divulga arte em geral, organiza tour de troca show. “Funambular” significa “dançar sobre a corda bamba” e é o que nós artistas fazemos todos os dias.

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