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Higienização das mãos reduz riscos de infecções em ambientes hospitalares

6 de Maio de 2019
Dia Mundial de Higienização da Mãos/Divulgação
Dia Mundial de Higienização da Mãos/Divulgação

Você que lava as mãos várias vezes todos os dias, nem deve imaginar que o hábito, tão comum, tem uma data mundial só para ele. Em 5 de maio é comemorado o Dia Mundial de Higienização das Mãos, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Elas são uma das principais ferramentas para o trabalho da assistência nessa área e merecem um cuidado especial, pois podem acumular diversos microrganismos prejudiciais. Por meio do contato direto ou indireto, bactérias podem ser transferidas de uma superfície para outra, caracterizando a contaminação cruzada. A importância da data se deve ao fato das infecções serem um desafio de saúde pública e um dos maiores temores entre os pacientes que vão se submeter a um procedimento ou internação.

Por isso, atualmente, o cuidado com a segurança do paciente envolvendo o assunto é tido como prioridade no ambiente hospitalar ou até no consultório.  Alexandra Leite, Gerente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Perinatal, acredita que os bons resultados são observados a partir de uma política mais responsável com a higienização das mãos. “As nossas taxas de colonização e infecção são baixas. Este resultado está relacionado à nossa conscientização da importância do tema”. E parece que a estratégia vem funcionando: “Estamos muito abaixo das taxas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, disse.

O processo é simples, mas pode fazer uma diferença significativa, podendo prevenir uma série de contaminações e infecções dentro do ambiente hospitalar. Na prática, quase metade das infecções e doenças como diarreia, resfriados e conjuntivite pode ser evitada. Cerca de 40% delas, segundo dados da OMS. E mesmo que você já esteja internado, ainda pode obter vantagens com o hábito de higienizar as mãos – tanto as suas quanto as dos profissionais de saúde ao seu redor.

Quem explica a relação é Débora Gomes, Coordenadora de Enfermagem da Apoio, empresa especializada em facilities para a área da saúde: “O impacto da higienização está relacionado ao tempo de internação e ao processo de recuperação do paciente, quanto mais seguro ele estiver mais rápida será sua recuperação e menor o tempo que ficará internado”.

No entanto, alguns erros são comuns no momento da higiene das mãos. Para evita-los, é importante lembrar de retirar adornos, como anéis, pulseiras e relógio antes da lavagem. Esses objetos acumulam sujeira e microrganismos.

Outra falha é utilizar álcool comum, famoso por seu poder de assepsia, o produto não merece tanta credibilidade – pelo menos na higienização das mãos. Isso porque o líquido pode causar microfissuras na pele, facilitando a colonização por vírus e bactérias.

O álcool comum está vetado, mas outras soluções alcoólicas ainda podem ser utilizadas. O álcool próprio para higiene das mãos, é na formulação 70% gel ou líquido. Neste caso, deve-se aplicar uma quantidade suficiente em uma das mãos, em forma de concha, e friccionar a outra nas palmas, dorso, entre os dedos e unhas, desde que as mãos não estejam visivelmente sujas. A opção água e sabão garantem a higiene recomendada.

É importante lembrar de algumas regiões das mãos, geralmente esquecidas durante a limpeza, como alerta Débora: “Áreas como as pontas dos dedos, os espaços entre eles, embaixo das unhas e o polegar geralmente não são higienizadas. Não basta aplicar e passar rapidamente o sabonete ou espalhar um pouco de álcool-gel. Esse é um erro muito comum”, alerta.

Agora que você sabe higienizar suas mãos como ninguém, fique atento às situações em que é imprescindível realizar o procedimento, de acordo com a OMS: antes de contato com o paciente; antes da realização de procedimentos assépticos; após risco de exposição a fluídos corporais; após contato com o paciente e após contato com áreas próximas ao enfermo. A importância do procedimento é de tamanha relevância e deve ser monitorado e orientado pelos supervisores e gestores aos seus colaboradores e visitantes, como explica Alexandra Leite.

Caso a higienização das mãos não seja bem-feita o risco de infecção pode aumentar. Entretanto, seguindo os protocolos corretos, é possível que, cada vez mais, as taxas de contaminação cruzada e infecção diminuam. “A higienização das mãos é um procedimento básico e essencial. É o método mais barato e eficaz para a prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde”, finaliza Débora Gomes. Por isso, comemore o dia 5 de maio colocando em prática as recomendações dos especialistas.

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