Colunistas - Bem Estar e Saúde

Carol Teixeira promove uma revolução com um novo olhar em relação ao corpo

3 de Abril de 2019

O mundo ocidental vive hoje um momento de ressignificação, onde manifestações e ações afirmativas que passam por movimentos políticos e sociais tem tido como objetivo garantir ao oprimido o seu espaço e lugar de fala. Em meio a todas essas vozes, a terapeuta tântrica e filósofa Carol Teixeira tem se levantado como uma voz forte que procura trazer um novo olhar e promover uma mudança de mentalidade e paradigmas, discutindo a própria visão de mundo do indivíduo a partir da energia sexual.

Considerada hoje o nome mais relevante e representativo do Tantra no Brasil, Carol Teixeira tem procurado propagar uma mensagem de libertação e quebra de tabus que traz como missão o empoderamento do indivíduo: “infelizmente o prazer feminino ainda é um tabu. A verdade é que vivemos uma pseudo-liberdade nos dias atuais. Levantamos a bandeira de que somos modernos e liberais, mente aberta, mas em muitas mulheres o empoderamento está apenas na mente, não está no corpo, nas ações. A libertação e o empoderamento devem passar pela sexualidade”.

Carol Teixeira – Foto: Rafaela Romero

Carol Teixeira – Foto: Rafaela Romero

Além de sacerdotisa do Tantra, Carol Teixeira é graduada em filosofia, escritora, palestrante, e tem conquistado famosos e anônimos com seus posts nas redes sociais e vídeos no YouTube, cursos individuais e em grupos, palestras por todo o Brasil e no exterior e retiros tântricos. O método que Carol desenvolveu para abordar o tantra no universo feminino e o empoderamento pelo corpo leva o nome de “I Love My Pussy” e tem uma história curiosa: “Tempos atrás eu entrevistei a Sasha Grey, que foi um ícone de poder em um meio extremamente machista que é pornô, ela me disse algo que eu nunca vou esquecer. Perguntei sobre a relação dela com o sexo e ela me disse ‘I love my pussy’. Eu acho que a gente pode ressignificar essa relação de mil formas, mas antes disso a gente tem de reaprender a amar a nossa vagina. Quando a vagina está negligenciada ou doente, todo o corpo fica negligenciado e doente”.

Embora ainda exista desconhecimento da grande maioria sobre o tema, Carol aponta que as pessoas vem sofrendo há tempos repressões em sua sexualidade e que isto tem afetado a homens e mulheres em suas relações e na sociedade: “É preciso um novo olhar em relação ao corpo e as relações. O tantra é uma ótima ferramenta para essa expansão de consciência. Apesar de vivermos numa sociedade patriarcal e falocêntrica, o homem também sofre com o patriarcado. A ele foi negado o sentir, a expressão das emoções. À mulher foi negado o acesso ao corpo. Somos todos seres castrados de alguma forma. Minha missão é promover essa libertação através da percepção da vulnerabilidade como força. Tenho um trabalho direcionado em sua maioria ao público feminino mas também trabalho com homens que buscam essa ressignificação das relações através do Tantra”.

Foto: Alle Manzano

Este novo olhar promovido por Carol Teixeira através do tantra tem chamado muita atenção e levado a terapeuta a dar inúmeras entrevistas a programas de TV, revistas e internet. O tantra é uma prática milenar e pra um desavisado, falar sobre “novo olhar” tendo como ponto de partida algo tão antigo pode soar como paradoxal, mas não é: “O tantra não é uma moda e não está condicionado a tempo ou prazo de validade. É um estilo de vida. Eu cresci em uma família matriarcal, liderada pela minha mãe, a mulher mais forte que conheci, onde as mulheres podiam tudo. mas quando minha mãe morreu eu me vi em um vazio existencial. Baixei a cabeça e admiti que nada que eu havia aprendido intelectualmente durante a vida valia naquela situação, e como exercício de humildade epistemológica eu fiz a transição da mente para o corpo. Então o tantra entrou com mais força ainda na minha vida. Tantra é sentir, tantra é encontrar esse amor que brota dentro da gente quando nos despimos das amarras e couraças, quando nos permitimos ser vulneráveis”, conclui.

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