Viver - Saúde

Após demissão sem aviso prévio, médico atende pacientes na calçada

9 de Novembro de 2018

Uma demissão nunca é um momento fácil para ninguém. Mas ser demitido sem aviso prévio pode ser ainda mais complicado e foi assim com o médico clínico-geral e de saúde da família, Rodrigo Ferreira Gomes, de 31 anos. Assim que o Dr. chegou no Hospital Maternidade João Ferreira Gomes, no bairro Padre Lima, em Itapajé, recebeu a notícia que havia sido demitido, segundo matéria do site O Povo.

Segundo um morador que não quis ser identificado, “Quando ele chegou ao hospital hoje pela manhã, um pouco atrasado, já havia médicos de uma cooperativa substituindo ele e outro médico, que foi retirado da função de direção clínica devido à questões políticas, por não apoiar o candidato do prefeito. O Dr. Rodrigo foi informado pela direção que estava exonerado.” Aparentemente, a demissão ocorreu com a mudança da direção clínica da unidade hospitalar.

Dr. Rodrigo Ferreira Gomes
 

O médico também resolveu esclarecer o ocorrido. “A gestão está querendo justificar a minha retirada porque teve um dia, duas semanas atrás, que não tinha médico para atendimento durante uma manhã inteira, pois eu estava viajando. Eu avisei com um mês de antecedência sobre essa viagem e tenho os documentos que comprovam isso. Era obrigação deles fazer uma substituição. Foi falta de responsabilidade deles e querem responsabilizar a gente”, revelou.

Segundo ele, se um médico precisa faltar, o Conselho Federal de Medicina (CFM) revela que é responsabilidade do diretor clínico fazer a substituição até 24 horas antes do plantão. Dr. Rodrigo já trabalhava há mais de seis anos no hospital e nas quintas-feiras era um dia fixo para atender aos pacientes naturais da cidade. “Meus pacientes estavam me esperando e eu avisei para eles que tinham me demitido, mas que aguardassem pois eu ia atender a todos. Voltei em casa e peguei uma mesa e cadeira”, disse. E assim, ele conseguiu atender seus pacientes na calçada ao lado do hospital mesmo.

O mesmo morador revelou: “Eu me sinto indignado pela falta de respeito porque como já havia boatos de bodes expiatórios, eles deviam ter avisado com antecedência. Eles colocaram outro médico lá, que disse ter sido escalado para o plantão”. Segundo Rodrigo, o diretor administrativo não soube revelar o motivo do outro profissional ter sido chamado para substituí-lo.

Sindicato dos Médicos solicita esclarecimentos à Prefeitura de Itapajé por despedir médico sem justificativa

O Sindicato dos Médicos do Ceará recebeu, nesta sexta-feira (26), mais uma denúncia de desligamento sem justificativa de um profissional médico. Desta vez, o Dr. Rodrigo Ferreira Gomes foi despedido, sem aviso prévio, na manhã dessa quinta-feira (25), do Hospital Maternidade João Ferreira Gomes, no município de Itapajé, local onde atuava há seis anos como clínico-geral e médico de saúde da família. Diante dessa situação abusiva, o Sindicato oficiará a Prefeitura Municipal de Itapajé e a direção do hospital, solicitando esclarecimentos acerca do ocorrido, a fim de tomar as medidas cabíveis para que o profissional não seja prejudicado. 

Segundo o médico, ele chegou à unidade para realizar seu plantão e foi surpreendido com outro profissional no seu lugar, e a diretoria administrativa não soube justificar o motivo pelo qual ele estaria sendo substituído. “Foi um fato lamentável, que me surpreendeu, pois não tiveram a hombridade de avisar antecipadamente e o diretor administrativo não soube me informar o porque do meu afastamento”, revelou indignado.

Em respeito aos pacientes que o aguardavam para serem atendidos, Dr. Rodrigo providenciou um local e realizou seu trabalho na calçada. “Quando cheguei ao hospital, tinham pacientes a minha espera e eu avisei que eles me esperassem que eu iria atende-los. Fui em casa, peguei uma mesa e cadeiras e atendi meus pacientes na calçada, em frente à unidade, até às 12h", contou. 

Além do ato desrespeitoso que prejudicou o profissional, Dr. Rodrigo denunciou ainda que os médicos que prestam serviço para o hospital estão sem reajuste salarial há seis anos.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Sindicato dos Médicos do Ceará

Comentários
Assista ao vídeo