Cultura - Música

Patrícia Coelho lança “LAPIN” Álbum traz uma cantora com produção independente

14 de Setembro de 2018

“LAPIN” em francês significa Coelho, mas para a cantora paulistana Patrícia Coelho, a palavra surge como um reencontro. Primeiro trabalho após uma pausa discográfica de 15 anos, “LAPIN” chega às plataformas digitais no final de setembro pelo selo Jóia Moderna do Dj Zé Pedro.

Feito entre 2016 e 2017 de forma completamente independente, “LAPIN” conta com oito músicas – sete autorais e uma regravação – que mostram uma trajetória de vida e um olhar mais maduro para dentro de si de forma a se reapresentar para o público conquistado na época dos álbuns “Simples Desejo” (1999) e “Um Pouco Maluca” (2002); ao mesmo tempo em que busca conquistar novos ouvintes da geração digital.

“Entre os anos de 2005 e 2006 iniciei uma incursão no mundo musical alternativo paulista. São Paulo virou uma cidade mais cosmopolita, com bandas e cantores de todo o país buscando novas oportunidades por aqui. Foi nesta época quando encontrei na região da Baixa Augusta, uma nova cena independente que me trouxe uma nova visão e toda uma bagagem”, conta Patrícia que, durante esse período tocou em casas como o Vegas, do empresário Facundo Guerra, na Funhouse e CB Bar, na Barra Funda.

Nesse mergulho, Patricia Coelho se aproximou de grandes nomes que da cena pop independente brasileira que a acompanharam no processo de produção de “LAPIN”, como o apaixonante poeta, cantor e músico Juliano Gauche; o master produtor de coisas importantes como o novo disco de Marina Lima, Dustan Gallas; além de Dudinha Lima, baixista que acompanha a turnê de Criolo; Gui Held e Junior Boca guitarristas estrelados e Fabio Pinczowski; dono do hypado estúdio Doze Dólares, onde a faixa "Coragem" foi gravada.

 

Aliás, a música foi a escolhida pela cantora para abrir o álbum e a nova fase mais madura, que chega para apresentar, de forma poética, toda a trajetória que a artista passou desde seu último lançamento até chegar onde está hoje, tanto que ganhou um vídeo clipe dirigido por Zé Pedro que se mostrou surpreendido pelo trabalho como um todo.

“Eu conheci Patricia Coelho como tantos no Brasil, por meio de notícias esparsas que repercutiram na época, mas ao receber esse disco, encontrei uma compositora inspirada e uma cantora que a maturidade só fez lapidar. Depois do contato imediato, apaixonado e supreendente que tive com o disco, era hora de pensar na imagem que retratasse esse turning point, a chave mestra que levaria Patricia Coelho diretamente à uma nova era musical. Propus então dirigir seu clipe num plano sequência de close frontal onde ela encarasse seu interlocutor e dissesse os versos "Coragem/ Quem dera eu ter coragem" da maneira mais sincera e emocionante possível. E assim foi. Sentada no chão de sua casa, cara limpa, ela levou toda equipe às lagrimas. Eu estava certo. Era o caminho a seguir. Uma mulher livre da super exposição da mídia e de alguns caminhos musicais impostos, agora levava ao público uma verdade musical absoluta", conta Zé Pedro.

Essa verdade pode ser encontrada no som mais cru que “LAPIN” traz, que traz os instrumentos e a voz de Patrícia de forma mais orgânica sem pente fino e nem superproduções, como pode ser visto, por exemplo, na música “Primeira de Muitas” que traz um canto contido e baixo com um tom mais agudo que mostra referências no rock alternativo americano; enquanto em “Mil Anos ou mais”, Patrícia traz ecos de rock eletrônico inglês, assim como em “Spinning Galaxies”, música que Patricia canta em inglês e que fecha o álbum.

Trazendo uma unidade musical introspectiva, é possível sentir a trajetória da cantora em canções como “Solando”, em que se questiona seu lugar no cenário paulistano; suas fragilidades em “Toda Errada” e as surpresas do amor, em “Acaso”. Sua história encontra-se, inclusive, na versão que gravou para a música “Saturno”, de João Lavraz, que traz um elo com a música folk e vem como uma homenagem póstuma ao artista e à sua avó que foi prima de Inezita Barroso.

Agora, fechada essa incursão a si mesma e com um trabalho maduro e concreto Patrícia Coelho vem com um desafio com “LAPIN” que ela não tinha há 15 anos atrás, o mercado digital. “Enquanto experimentava o mercado alternativo, independente, vi o mercado musical mudar completamente com o avanço na internet e, agora, é a primeira vez oficialmente que vou lançar uma obra no digital e estou achando tudo novo e interessante. “LAPIN” vem de forma completamente independente e é interessante poder lançar sem depender de uma grande estrutura”, finaliza.

“LAPIN” Por Patrícia Coelho

LAPIN é meu primeiro disco autoral independente, inspirado na minha relação como "Pat Lapin", apelido carinhoso que tenho na cena indie; e a cidade de São Paulo. Por isso, resolvi dar o nome LAPIN para este novo disco, que envolve artistas e músicos da mesma cena independente.

Todas as canções foram compostas e gravadas em São Paulo, cidade e cenário que me inspirou para este repertório novo, em parceria de músicos e compositores da nova geração.

 Após uma longa pausa discográfica, senti a necessidade de dividir com o público, músicas que expressam este meu novo universo musical. LAPIN tem 8 canções autorais com olhar mais introspectivo e clima um confessional.

O disco abre com a música "Coragem", que nasceu do refrão, tocada em um piano de armário antigo na casa de minha tia, e que depois finalizei junto com o compositor e pianista, Fabio Goés. A canção é uma declaração de amor para o público que sempre me acompanhou, e que esperava até agora por músicas novas. Por isso, ela termina com a frase "o que a gente tem não se desfaz". 

 A segunda música do álbum é "Primeira de Muitas". Foi a primeira parceria que fiz com meu cantor e compositor favorito desta geração, Juliano Gauche. Ela traz um certo humor e  tem sabor de MPB Punk. Já que resolvemos dar este nome para nossa primeira parceria, fazia sentido compor mais uma canção juntos para o disco, a "Toda Errada", faixa de número 6, no álbum.

A terceira música é "Solando SP", e é a minha canção para a cidade de São Paulo! A cidade já foi bastante homenageada em várias canções de outros artistas que gosto muito, por isso achei que estava na hora de fazer a minha. Nela tento levar para o ouvinte a sensação de que, mesmo estando na cidade com o maior número de habitantes, muitas vezes também nos sentimos sozinhos.

Chegamos a “Saturno”, essa música que traz muita história. Escrita pelo meu grande amigo João Lavraz ela me traz um elo com meu passado, minha avó que foi prima de Inezita Barroso e pensei que seria uma forma de homenagear João, que faleceu em 2014.

"Mil anos ou mais" é uma música que fiz com Mai Rena, compositor de rock. Nesta, falo de como é importante a gente se sentir livre para deixar a vida nos levar de vez em quando.

 Na canção "Acaso" falo sobre o poder da "empatia", e de como ela é imprescindível para iniciarmos relações de amizade.

Para finalizar o disco, escolhi uma música em inglês, “Spinning Galaxies” que traz uma resposta a música de João Lavraz, "Saturno". Nesta parceria que fiz com Macau, falo da importância de lembrarmos o quanto o nosso universo sempre pode ser maior.

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