Chaplin, o Musical, protagonizado por Jarbas Homem de Mello, tem destaque Nacional diante ao mais exigente público brasileiro. que reestreou no Theatro Net São Paulo e segue até 29 de julho. Sem dúvida, um espetáculo completo, que prende sua atenção e emociona em cada cena. Uma interpretação divina e sensacional - Parabéns, Jarbas.
Terno, bengala, chapéu coco e um bigode robusto. Acrescente essas características a uma cena do cinema mudo. Quem vem logo à mente é Charlie Chaplin no papel de Carlitos, protagonista do filme “O Vagabundo”, lançado em 1915. Mais de um século se passou e Chaplin segue no imaginário popular. A partir de 17 de maio, o público brasileiro terá uma nova chance de ver Jarbas Homem de Mello dando vida a esse ícone da sétima arte com a reestreia de “Chaplin, o Musical”.
Afinal, Jarbas interpreta Charlie Chaplin dos 13 aos 82 anos, o que envolve um trabalho minucioso de preparação. “O desafio aqui é conseguir fazer essa curva dramática porque é a história de um homem contada com diversos timbres de voz, com diversos gestuais, com a coluna mais ereta, com a coluna mais curvada... E conseguir fazer isso de uma maneira muito verdadeira e crível para que o público consiga embarcar nessa história comigo”, conta o ator, que foi assistido por 80 mil pessoas na primeira temporada, em 2015.
Claudia Raia atua mais uma vez nos bastidores. Ao lado de Sandro Chaim, ela produz a versão brasileira do espetáculo, que ganhou o Prêmio Cenym como Melhor Musical e levou o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Cenografia e, na mesma premiação, foi indicado a Melhor Musical, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Direção, Melhor Figurino, Melhor Versão e Melhor Musical por Voto Popular. “Sabíamos do sucesso, mas não podíamos imaginar que mais de dois anos depois o público ainda estivesse com a história que contamos tão presente. Ouvimos o apelo e a partir de 17 de maio ‘Chaplin, O Musical’ está de volta”, comemora Claudia.
A versão brasileira é assinada por Miguel Falabella e apresenta a trajetória de Charlie Chaplin desde sua infância pobre, em Londres, até o estrelato. Pessoas importantes na vida do personagem-título são levadas ao palco, como o irmão mais velho Sidney (Juan Alba), com quem tinha uma relação de cumplicidade; a mãe, Hannah (Naíma), talentosa cantora de teatro; Oona O’Neil (Myra Ruiz), sua quarta e última esposa; a colunista e crítica ferrenha Hedda Hooper (Paula Capovilla); Fred Karno (Julio Assad), empresário do Music Hall londrino; e Mack Sennett (Paulo Goulart Filho), fundador dos estúdios Keystone e responsável pela estreia de Chaplin no cinema.
Quem vê as fotos de Jarbas Homem de Mello caracterizado ao lado de imagens de Charlie Chaplin pode até ter um pouco de dificuldade para reconhecer de cara quem é quem. No palco, os trejeitos e a voz do ator, diretor e produtor inglês podem ser conferidos de perto pelo público. Para conseguir algo tão real, o brasileiro fez um mergulho profundo na vida do personagem que interpreta. Além de assistir aos filmes e ler sobre o artista, Jarbas fez aulas de circo e patinação e aprendeu a tocar violino.
Sua caracterização leva cerca de uma hora. Só para Jarbas, estão reservadas duas perucas, 20 bigodes e três bengalas. Tudo isso o ajuda na hora de dar vida a Chaplin desde a adolescência até a vida adulta. “É um personagem que começa muito jovem. Construir essa voz de uma pessoa jovem, o corpo, o gestual e levá-lo até os 82 anos acho que é a maior dificuldade”, pondera o ator brasileiro, que viu tanto trabalho e dedicação serem reconhecidos. Em 2015, além das críticas positivas a sua interpretação, ele ganhou o Prêmio QUEM de Melhor Ator de Teatro e foi indicado a Melhor Ator no Prêmio Bibi Ferreira.
Para Jarbas, o recomeço do mergulho na vida e obra de Chaplin foi bem antes de os ensaios começarem, em abril, mês de aniversário do ícone do cinema mudo. Durante sua viagem a Los Angeles, nos Estados Unidos, em janeiro, ele teve a chance de conhecer o Ace Hotel Downtown. Construído em 1927, era ali o teatro da United Artists, companhia fundada por Charlie Chaplin com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D.W. Griffith. “Fiquei todo arrepiado quando entrei. É um lugar muito lindo e tem muitas relíquias do Chaplin lá, como uma câmera que ele usava para filmar. Tem toda história das coisas que aconteciam ali dentro. Foi tudo muito inspirador”, relembra.
CHAPLIN - O MUSICAL - ATÉ 29 DE JUL
Qui e Sex 21h, Sáb 17h e 21h e Dom 18h
A partir de R$ 37,50
Classificação: 14 anos