Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Oscarito

16 de Agosto de 2013
Oscarito na década de 1950

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O nome pomposo era Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Dias, mas a sua expressão gaiata e a sua facilidade em fazer todos gargalharem com aquele seu olhar maroto, o fizeram se tornar no Brasil apenas Oscarito, o rei do riso do cinema nacional.

Nascido em Málaga, na Espanha, em 1906, ele veio para o Brasil com apenas dois anos de idade e não podia renegar suas origens que era ser filho de um casal de artistas circenses. A estréia no picadeiro do circo foi com apenas cinco anos de idade, como um índio, em uma adaptação livre de “O Guarani”, da obra de José de Alencar.

Foi trapezista, acrobata, palhaço e galã em várias apresentações com a família circense por todo o Brasil. Em 1926 se instalou de vez no Rio de Janeiro para fazer parte do elenco do Circo Democrata e logo depois veio o primeiro convite para estrear no teatro de revista.

E no teatro de revista o seu primeiro grande sucesso foi em 1932 com “Calma, Gegê”, no Teatro Recreio. Mas ele trabalhou com todos os grandes nomes do teatro de revista brasileiro e em 1942 chegou ao rádio também através da Rádio Tupi, fazendo esquetes cômicas.

Oscarito e Eliana em Carnaval Atlântida, sucesso da década de 1950

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Se casou com a atriz Margot Louro, recentemente falecida, em 1935, e teve com ela uma parceria por muitos anos, com ele interpretando o personagem cômico e ela a ingênua mocinha, ou então, anos depois, a esposa repressiva.

Foi para o cinema e de lá só saiu quando morreu, deixando registrada uma carreira inesquecível como o ator cômico que mais sucesso conseguiu com a platéia até hoje. O primeiro grande papel foi conquistado em 1939 no filme “Banana da Terra”, escrito por João de Barro e Mário Lago.

Mas o seu estilo inconfundível e impagável que mesclava um sorriso brejeiro com uma expresão gaiata e muita ginga no corpo começou a conquistar todos em 1944 com o filme “Tristezas não pagam dívidas” do diretor José Carlos Burle, com quem ele iria trabalhar muitas vezes no cinema nacional.

A parceria com o ator e comediante Grande Otelo foi outro marco na sua carreira e no cinema nacional. Ela começou em 1945 e se estendeu até o início dos anos 1960. Eles eram chamados carionhosamente de “a dupla do barulho” e foram responsáveis por cenas e personagens hilariantes na época das chanchadas brasileiras, realizado um filme atrás do outro e todos com grande sucesso de bilheteria.

Oscarito e Grande Otelo no sucesso Matar ou Correr em 1954

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na decada de 1950, Oscarito ainda teve um programa na TV Tupi, a série “Trapalhadas do Oscarito”, e participou de alguns programas humorísticos na extinta TV Rio. Foi também compositor nas poucas horas vagas, escrevendo canções para o teatro de revista e para alguns filmes que participou como ator.

O último filme foi em 1968, dirigido por Alcino Diniz, ao lado de um elenco de cantores formado por Rosemary, Jair Rodrigues e Clara Nunes e se chamava “Jovens pra Frente”, onde ele vivia um padre muito moderno. Uma carreira de sucesso absoluto que incluiu quase 50 filmes e muitas comédias teatrais, imortalizando um estilo de representar que não teve substituto depois que ele nos deixou.

Oscarito morreu aos 64 anos de idade, no Rio de Janeiro, após sofrer em casa um derrame cerebral.  

 

 

 

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