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Delegado de Ribeirão Preto é investigado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva

23 de Março de 2018

O delegado de Ribeirão Preto (SP), Paulo Henrique Martins de Castro, está sendo investigado em dois inquéritos pela Corregedoria da Polícia Civil: lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Ele estaria retardando as investigações contra os advogados de ações fraudulentas, que foram denunciados na Operação Têmis. Segundo o Ministério Público, os acusados conseguiam ilegalmente o cadastro de clientes de bancos e entravam com ações sem que as pessoas soubessem que os nomes delas eram usados. A suspeita de que funcionários das instituições financeiras estejam envolvidos na fraude não está descartada. Com a relação de correntistas em mãos, assim como os números das contas bancárias e os respectivos valores depositados na década de 1990, os investigados saíam à procura de homônimos residentes em Ribeirão e região para usá-los nas fraudes. 

A informação sobre os inquéritos referente ao delegado, foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). Paulo Henrique não estaria dando andamento da forma correta as ocorrências registradas no 4º Distrito Policial (DP) contra os denunciados na Operação Têmis.  Por conta disso, o delegado foi transferido para o 1º DP.  

Inquéridos estão em segredo de justiça  

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, os dois inquéritos se encontram em segredo de Justiça. "A Polícia Civil informa que foram instaurados dois inquéritos policiais para apurar os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, porém ambos se encontram em sigilo, não sendo, por esse motivo, possível divulgação do andamento". 

Paulo Henrique Martins de Castro ficou nacionalmente conhecido em novembro de 2013, no caso do menino Joaquim. Na época, o delegado estava à frente da DIG - Delegacia de Investigações Gerais - e foi o responsável nas investigações sobre a morte do menino de três anos, Joaquim Pontes Marques. A criança desapareceu da casa onde morava com a mãe, Natália Ponte, e o padrasto, Guilherme Longo.

Na ocasião, o delegado Paulo Henrique apontou apenas o padrastro como culpado, inocentando a mãe, e o Ministério Público não aceitou essa versão e pediu também o indiciamente de Natália Ponte e que foi acatado pela justiça, com isso, em poucos meses depois, Paulo Henrique foi transferido para o 4º DP.

Em entrevista para o Jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, o delegado Paulo Henrique diz não saber das investigações e nega acusações. "A transferência de DP ocorreu porque a Delegacia Seccional promoveu uma série de mudanças. Não sei qual o motivo", disse Paulo Henrique.

Delegado Paulo Henrique Martins de Castro, investigado pela Corregedoria da Polícia Civil
 


O delegado ainda negou que não tenha dado andamento às investigações contra os advogados denunciados na Operação Têmis. "Não existe essa situação de não dar andamento. Peguei os depoimentos e a apuração foi realizada da forma correta. Depois os inquéritos foram todos encaminhados à 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto", garantiu o delegado. 

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