Colaboradores - Lica Gimenes

Prática do Pilates alivia dores da Fibromialgia

25 de Novembro de 2017

Muito pesquisada por médicos, cientistas e profissionais da saúde, a Fibromialgia é uma doença musculoesquelética, que apresenta dores migratórias e aumento de sensibilidade a vários estímulos. Já está comprovado por estudos de Medicina que ela não tem cura, mas tem controle. Estudos recentes apontam métodos e novidades para o diagnóstico e tratamento da doença, mas cada vez mais médicos e pacientes constatam que a prática de exercícios é fundamental para garantir o bem-estar e mais qualidade de vida ao paciente. Um dos mais indicados é o Pilates.

 

Para a fisioterapeuta da Beauté Clínica e Estética, Fernanda Affonso, o Pilates tem todos os requisitos necessários para o tratamento da Fibromialgia, por não causar muito impacto nas articulações. Segundo ela, os aparelhos utilizados durante a atividade trazem muitos benefícios devido à força e o alongamento que propiciam, “o que mantém a amplitude articular e melhora a execução muscular, contribuindo para as atividades da vida diária”, afirma.

 Fernanda Affonso

Especialistas explicam que a Fibromialgia pode ser provocada por alterações dos neurotransmissores. É como se o cérebro de quem tem a doença estivesse desregulado, o que faz com que o sistema nervoso ative várias regiões do corpo, aumentando  a sensibilidade e provocando dores musculares.

A fisioterapeuta esclarece que alguns fatores como o estresse e a ansiedade pioram a tensão do corpo e agravam as dores musculares, geralmente acompanhadas por queimação, sensação de parestesia, tremor, rigidez muscular e articular. As dores e incômodos podem também ficar mais severas com o frio e as alterações de sono.

A doença pode ser diagnosticada em mulheres e homens, mas o público feminino é o mais atingido. Cerca de 90% dos casos registrados são em mulheres e apenas 10% em homens, que geralmente relatam menos dor, têm menor taxa de depressão e apresentam dores contínuas e mais intensas na região do pescoço.  “O que causa as diferenças de sintomas da doença entre homens e mulheres são os neurotransmissores, conhecidos como serotonina (substância natural do cérebro que conduz a transmissão de um neurônio a outro)”, explica Fernanda.

Nos homens existe um número menor de receptores de serotonina, porém existe um processo nos neurotransmissores masculinos conhecido como reciclagem, o que permite que esses neurotransmissores sejam usados mais de uma vez, ampliando a sua eficácia. Já nas mulheres, a redução de serotonina estimula alterações de humor e estresse.

A fisioterapeuta alerta que é importante manter a prática do Pilates com frequência para garantir a eficácia dos benefícios. “Como o ciclo da dor musculoesquelética é gerado por imobilidade, o quadro de dor só vai melhorar com a prática de exercícios”, comenta. De acordo com ela,  a partir do momento que o corpo aprende a realizar um movimento com mais eficiência motora, as crises de dores vão se espaçando e se tornando menos intensas.

Fernanda ainda aconselha que é preciso tomar certos cuidados durante a prática. “O paciente deve sempre realizar as atividades acompanhado de um profissional qualificado, assim a sessão será mais específica e focada no trabalho da postura, flexibilidade e força. O objetivo maior de uma sessão, neste caso, é sempre alcançar o alívio da dor”, conclui.

Para um bom resultado, a fisioterapeuta recomenda, no mínimo duas sessões de Pilates por semana. Os primeiros benefícios passam a ser percebidos depois de cerca de seis sessões e atingem sinais de melhoras mais significativas após uma média de 30 aulas realizadas.

 

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