Cultura - Teatro

Cleide Queiroz em solo inspirado na vida e na obra poética de Stela do Patrocínio

7 de Outubro de 2017

encerra temporada no Teatro do Núcleo Experimental dia 29 de outubro

 

Nascida em 1941, Stela do Patrocínio foi internada no Centro Psiquiátrico Pedro II aos 21 anos, quando diagnosticada como psicopata e esquizofrênica. Quatro anos depois, foi transferida para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde permaneceu até sua morte em 1992. Durante seus anos de isolamento, Stela desenvolveu um discurso poético. Seu “falatório”, carregado de angústias, retrata a rotina manicomial e, sobretudo, revela sua visão da vida, do mundo e de si mesma.


Palavra de Stela é um espetáculo solo interpretado por Cleide Queiroz com direção e dramaturgia de Elias Andreato. No espetáculo a personagem narra sua trajetória, expõe seu cotidiano e revela seu olhar de perplexidade diante da vida e dos seres humanos.

Elias Andreato escreveu o texto especialmente para Cleide Queiroz. Com 50 anos de carreira em teatro, cinema e televisão, a atriz traz uma relação muito pessoal com a temática proposta, pois é uma mulher negra que durante sua adolescência conviveu com a internação de sua mãe esquizofrênica.

“Por meio da fala de Stela do Patrocínio, pretendemos levar o espectador a uma reflexão acerca da visão que temos sobre loucura e lucidez, bem como chamar sua atenção para como a sociedade enxerga a diferença e lida com o outro”, diz Elias Andreato.

A criação do espetáculo tomou por base o registro em áudio da obra de Stela do Patrocínio realizado na década de 1980 pelas artistas plásticas Neli Gutmacher e Carla Guagliardi, posteriormente, transcrito e organizado por Viviane Mosé no livro Reino dos bichos e dos animais é o meu nome.

Sobre Elias Andreato
Ator e diretor que completou, recentemente, 45 anos de carreira teatral. Dirigiu mais de 40 espetáculos teatrais. Seus trabalhos mais recentes são: Esperando Godot, de Samuel Beckett, com Claudio Fontana; Amor em 79:05, de Vinícios Marques, com Josemir Kowalick e Eduardo Ximenes; Isadora, de Melissa Vettore, com Daniel Dantas; Dona Bete, de Fauzi Arap, com Nilton Bicudo; Sou Toda Coração, musical íntimo com Débora Duboc; A Língua em Pedaços, de Juan Mayorga, com Ana Cecília Costa e Marco Antônio Pâmio; A Graça do Fim, de Fauzi Arap, com Nilton Bicudo e Cleiton Santos; Elza & Fred, versão de Marcela Guerty e Marcos Carnevale, com Suely Franco e Umberto Magnani; Rei Lear, de William Shakespeare, traduzido por Geraldo Carneiro, com Juca de Oliveira; Meu Deus!, de AnatGov com Irene Ravache e Dan Stulbach; Florilégio Musical II - Nas Ondas do Rádio, musical com Patrícia Gasppar, Mira Haar e Carlos Moreno; Jocasta, de Elias Andreato com Debora Duboc; A Casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca, adaptado por Elias Andreato, com Walderez de Barros e Eu Não Dava Praquilo, solo de Cássio Scapin. Premiações: prêmios SHELL, APCA e APETESP por Sexo dos Anjos; prêmios SHELL e APETESP como melhor ator por Van Gogh; Prêmio IBEU como melhor diretor pelo musical Os Fantástikos; Prêmio CULTURA INGLESA como melhor ator por Oscar Wilde; Prêmio QUALIDADE BRASIL como melhor diretor em comédia por 3 Versões Da Vida e Prêmio APCA como melhor ator por Doido.

Sobre Cleide Queiroz
Iniciou sua carreira em meados dos anos 50. Estreou profissionalmente na Cia. Paulo Autran, em 1969, com Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, sob a direção de Silnei Siqueira. Participou de espetáculos do Teatro Popular do SESI, como: O poeta da vila, A falecida, O santo milagroso, Chiquinha Gonzaga, O mambembe. Atuou em dezenas de peças adultas e infantis, assim como em shows musicais. Foi dirigida por Afonso Gentil, Wladimir Capella, Altair Lima, Osmar Rodrigues Cruz, Roberto Lage, Flavio de Souza, entre tantos outros. Em 2001, foi indicada para o Prêmio Shell de melhor atriz por Gota d’água, dirigido por Gabriel Villela. Em outras áreas destacam-se os seguintes trabalhos:
- TV: Marisol e Esmeralda (SBT); O Bicho do mato, Esperança e A favorita (Globo).
- Cinema: Pixote, a lei do mais fraco e Carandiru, de Hector Babenco; A hora da estrela, de Suzana Amaral e Domésticas, de Fernando Meirelles e Nando Olival, pelo qual ganhou o Prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema do Fortaleza.

 

Ficha técnica
Texto original: Stela do Patrocínio
Adaptação e direção: Elias Andreato
Elenco: Cleide Queiroz
Música original e arranjos: Jonatan Harold
Preparação Vocal e Assistência de direção: Raphael Gama
Desenho de Movimento: Roberto Alencar
Cenário e figurino: Mira Haar
Direção de produção: Sonia Kavantan
Coordenação do projeto: Carlos Moreno
Realização: CIC Produções Artísticas

 

Serviço:

TEATRO DO NÚCLEO EXPERIMENTAL-Rua Barra Funda, 637

Valores: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia). 

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: 60 minutos

Capacidade: 65 lugares.

Temporada: de 01/9 até 29/10
Sextas às 21h30, sábados às 21h, e domingos, às 19h.

 

Link de vídeos do espetáculo:

https://youtu.be/rE5yamHPGPc

https://youtu.be/xulO-jS4V3w

https://youtu.be/0iDY8YA_2SE

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