Colaboradores - Lica Gimenes

Nova técnica de microcirurgia linfática traz sensível melhora na qualidade de vida dos pacientes

7 de Setembro de 2017

Uma nova técnica cirúrgica, disponível no Brasil há menos de dois anos, vem trazendo significativa melhora na qualidade de vida de pacientes que passam pelo esvaziamento de gânglios e ficam assim expostos ao linfedema, o indesejável e incômodo inchaço de braços e pernas. A microcirurgia dos linfáticos, normalmente realizada de maneira profilática simultaneamente ao procedimento de retirada do tumor e esvaziamento dos gânglios, já é uma realidade no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, um dos dois centros médicos do país que dominam e utilizam a técnica.

 

Os linfáticos são pequenos vasos que possuem a função de transportar linfa pelos gânglios ou linfonodos. O sistema filtra proteínas, líquidos e substâncias do sangue para dentro dos vasos linfáticos, assim como ajuda o organismo a se defender contra infecções. A pessoa com doença linfática tem uma menor circulação da linfa pelo corpo, que fica acumulada debaixo da pele causando o linfedema. As principais causas são de origem congênita, infecciosa e cancerígena, sendo esta última em número crescente em razão principalmente do envelhecimento da população.

No caso do câncer de mama, o mais comum entre as mulheres, a reconstrução linfática permite o transplante microcirúrgico de retalhos de área das regiões inguinal ou do pescoço contendo veia, artéria e gânglios ou vasos linfáticos para a região da axila. “O procedimento reestabelece as conexões e o funcionamento do sistema linfático interrompido com o esvaziamento terapêutico realizado durante a extração parcial ou total da mama”, afirma Daniel Lazo, microcirurgião e diretor do Hospital Especializado.

Essa cirurgia, com duração média de 3 a 5 horas, é realizada com equipes multidisciplinares incluindo o cirurgião oncologista e o microcirurgião responsável pela reconstrução dos linfáticos. Desta maneira, o paciente que desenvolveria o linfedema com 100% de certeza se previne dos inchaços e ganha a possibilidade de recuperar-se com o seu sistema linfático funcionando, mesmo após a retirada dos gânglios suspeitos de conterem células cancerígenas. “Trata-se de mais um importante avanço da medicina em benefício do paciente no tratamento de doenças que ainda vão afetar a humanidade nas próximas décadas”, conclui Daniel Lazo.

Daniel Lazo

Fundado em 2004, o Hospital Especializado (www.hospitalespecializado.com.br) e sua equipe multidisciplinar de cirurgiões plásticos, ortopedistas, cirurgiões da mão, microcirurgiões e cirurgiões de câncer, têm trabalhado em conjunto atingindo resultados significativos do ponto de vista funcional e estético. Transformou-se rapidamente num dos poucos centros médicos do país a atuar em áreas de alta complexidade, consolidando-se também como referência em toda a região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo e do Brasil.

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