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Pneumonia: o perigo cresce em todo o país;O diagnóstico pode assustar,porque são doenças diferentes

26 de Julho de 2013

No inverno, o risco de contaminação por doenças que comprometem o sistema respiratório fica maior, por isso é necessário cuidado, principalmente em relação à gripe e à pneumonia.

Quando é diagnosticada uma gripe, por se tratar de uma doença mais comum, não é causado tanto temor. Já o diagnóstico da pneumonia pode assustar, porque elas são, de fato, doenças diferentes em vários aspectos e requerem mais atenção.

Gripe x pneumonia

A gripe é uma doença aguda que acomete as vias respiratórias, causada pelo vírus Influenza, altamente contagiosa. Os sintomas são febre acima de 38°C, tosse, catarro, dores pelo corpo e mal-estar generalizado. Os efeitos da doença costumam durar mais ou menos 7 dias. Para tratá-la, bastam remédios para aliviar os sintomas e aguardar a reação do próprio organismo, que se encarregará de eliminar o vírus.

Já a pneumonia se caracteriza como uma infecção nos pulmões, podendo afetar a região dos alvéolos pulmonares e, às vezes, os interstícios. Pode ser causada por vírus, bactéria, fungos e reações alérgicas. Os sintomas são os mesmos da gripe, e também falta de ar, pressão baixa e até desmaios. Geralmente são mais duradouros do que os da gripe. A pessoa com tal infecção nos pulmões não infecta as outras facilmente e são necessários antibióticos para combater a doença.


Para se prevenir contra a pneumonia e evitar fatalidades, o dr. Ricardo Teixeira, membro da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), aconselha evitar infecções respiratórias virais, principalmente no outono e inverno, vacinação pneumocócica para crianças com menos de dois anos, para maiores de 60 anos, e em pacientes imunossuprimidos, esplenectomizados e portadores de doenças pulmonares crônicas; cuidado com a broncoaspiração de pessoas com dificuldade de deglutição; manutenção adequada de ar condicionado (principalmente em instituição de saúde, para evitar infecção por germes atípicos) e procurar serviço médico com sintomas como tosse produtiva, falta de ar, dor torácica (que piora com a respiração) e febre.

Pneumonia em números 

A pneumonia afeta cerca de 2,1 milhões de brasileiros todos os anos, segundo dados do DATASUS. Esta doença é a principal causa de internação hospitalar (mais de 960 mil casos por ano) e a quinta causa de morte no Brasil. Dados da OMS demonstram que a pneumonia é responsável por 18% das mortes em crianças menores de cinco anos e 99% desses casos são registrados em países em desenvolvimento. Outro grupo de risco é o dos idosos, que tem as defesas locais mais lentas e por isso a doença pode ser até fatal se não tratada. Dos 24.756 óbitos por pneumonia registrados no último levantamento do SUS (2005), 70% eram de pacientes com mais de 65 anos.
A internação é necessária nos casos de pacientes idosos, principalmente se tiver comorbidades (problemas cardíacos, renais, diabetes, entre outras doenças); pacientes com sinais de insuficiência respiratória aguda (oxigenação baixa, uso de musculatura respiratória acessória, falta de ar importante); pacientes com doenças pulmonares crônicas (bronquite crônica, enfisema, asma, fibrose pulmonar) graves ou que recebem terapias que diminuem a imunidade (transplantados, por exemplo).

Segundo o especialista, toda pneumonia deve ser tratada o quanto antes e dificilmente será resolvida sem uso do antibiótico adequado.

“Em casos mais graves, principalmente nos paciente com maior risco, pode haver necessidade de entubação orotraqueal e uso de ventilação mecânica. Também pode haver choque séptico. Assim, qualquer suspeita de pneumonia deve ser avaliada pelo médico para poder ser instituído o tratamento adequado.”

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