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Nova Técnica para restaurar a fertilidade pode ajudar meninas com câncer antes da puberdade

21 de Junho de 2017
 

Os primeiros resultados do tratamento, que usa tinta gelatinosa à base de colágeno numa impressora 3D, acabam de ser apresentados numa publicação científica internacional

A pesquisa feita por Cientistas da Northwestern University of Chicago foi divulgada recentemente na Nature Communications.  Os especialistas conseguiram criar as estruturas internas do ovário com impressão 3D e, após ser implantadas em ratas, conseguiram manter os níveis hormonais normais. De acordo com os cientistas, essa estrutura contém os óvulos até que estejam maduros e possam seguir em direção às trompas para serem fecundados. Nos testes, os animais puderam ovular e deram a luz a filhotes saudáveis após terem seus ovários removidos e substituídos pelos sintéticos. Para os autores do estudo, a descoberta indica que, futuramente, a técnica poderá vir a ser utilizada para tratamentos em humanos.

A ginecologista e obstetra, Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana e diretora-médica do Vida - Centro de Fertilidade, uma das mais conceituadas clínicas de Reprodução Humana do Rio de Janeiro, comenta que apesar da técnica ainda estar sendo realizada em animais de laboratório e ser considerada experimental, ela trás grande esperança  para as mulheres portadoras de alguns tipos de câncer que comprometem a função reprodutiva e endócrina.

"É particularmente importante para preservar a fertilidade em meninas que tem câncer antes da puberdade, quando ainda não é possível a produção de óvulos maduros através da estimulação ovariana. Representa uma grande evolução para o futuro, pois além de preservar a fertilidade vai poder restaurar a função do ovário, no que diz respeito a produção hormonal. ", explica.

Para os cientistas americanos que desenvolveram o estudo, a tinta gelatinosa foi essencial para o sucesso do experimento. O colágeno quebrado tem a vantagem de ser uma matriz extracelular muito presente no corpo dos animais e que é mais fácil de processar do que o colágeno em sua forma bruta, ao mesmo tempo que mantém sua atividade biológica.

A Dra. Maria Cecília Erthal acrescenta que essa técnica utiliza uma matriz feita de gelatina que é constituída através de uma impressão 3D. Nessa matriz são colocados fragmentos de tecido ovariano para passar pelo processo de congelamento guardando óvulos imaturos, paralisando o metabolismo celular e dessa forma preservando a qualidade biológica das células.

"No momento adequado a estrutura é descongelada e integralmente  transplantada, levando a restauração da função do ovário", conclui.

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