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Pesquisa faz análise espacial da Leishmaniose Visceral Americana

22 de Julho de 2013

A pesquisa em andamento ?Análise espacial da Leishmaniose Visceral Americana no município de Presidente Prudente: abordagens geográfica da saúde ambiental?, de Patricia Sayuri Silvestre Matsumoto, aluna de mestrado, e Raul Borges Guimarães, da Unesp de Presidente Prudente, parte da constatação que a Leishmaniose Visceral Americana (LVA) é uma zoonose grave que atinge animais e homens e pode ser fatal.

A mortalidade acentuada se dá, sobretudo, devido às condições de precariedade de diagnóstico e tratamento da doença e, por isso, é caracterizada como doença negligenciada. Desde 1990 a LVA vem se disseminando para novas áreas e aumentando sua frequência no estado de São Paulo.

Em Presidente Prudente, município do oeste paulista, a enfermidade apareceu em meados de 2009 e vem se espalhando rapidamente entre a população canina, o que tem sido condição prévia para que haja a ocorrência em casos humanos. Pensando na problemática da LVA neste município, a proposta desta pesquisa é analisar a distribuição espacial dos casos de LVA caninos, identificando padrões espaciais da doença. Sabendo onde houve a confirmação de casos de LVA, também se pretende analisar o seu entorno, através de correlações da doença com o ambiente.

Para a análise da distribuição espacial dos casos de LVA canina no município de Presidente Prudente foi gerado um banco de dados georreferenciado. O mapeamento se deu por meio da ferramenta de geocodificação de endereços, que consiste em associar o banco de dados (tabela que se quer mapear) ao banco de dados de vias por endereço já previamente georreferenciada.

A ferramenta faz associações através de comparação de endereços e marca os pontos nas ruas conforme a localização do evento pontual. Após a espacialização dos dados, pretende-se aplicar técnicas em análise espacial, de modo a identificar padrões da doença no município. Também se pretende aplicar geoestatística no censo canino que está sendo cadastrado. Após o mapeamento e a identificação dos locais afetados com LVA, será feito um levantamento biogeográfico, com a intenção de encontrar correlações ambientais que caracterizem a doença.

O levantamento ambiental possibilitará a identificação da doença a partir de condicionantes da natureza e também sociais, indicando se a LVA no município é considerada uma doença negligenciada.

Mesmo com a pesquisa ainda em andamento, já foi possível a identificação de alguns resultados. Existem aglomerações de casos de LVA em cães do município. Estes encontram-se dispersos, formando pequenos focos da doença em bairros distintos.

A experiência do Centro de Controle de Zoonoses do município, segundo os autores, pode estar contribuindo para a reduzida disseminação e baixa frequência dos casos, haja vista que a instituição trabalha com intervenções pontuais quando um caso é identificado, induzindo-os, obrigatoriamente, a eutanásia, depois de rígida confirmação e reconfirmação de exames.

?Após as análises pretendidas, espera-se traçar um panorama acerca da distribuição da doença no município e suas inter-relações com o ambiente, o que se espera que seja de grande contribuição para geografia da saúde e as esferas interessadas no mapeamento da doença?, concluem os pesquisadores.

 

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