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ORDO AB CHAO

22 de Maio de 2017

Por José Roberto Souza Dias, PhD 

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É jornalista, Mtb 0083569/SP, Co-Fundador e Editor Chefe do Two Flags Post, Mestre em História Econômica, Doutor em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo e Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de Florianópolis – Cesusc

 

O Brasil vive hoje um dos momentos mais críticos de sua história. A cidadania descrente e ultrajada desconfia, com forte dose de razão, de seus representantes políticos. Afinal, os cofres públicos foram esvaziados exatamente por aqueles que tinham por dever e obrigação guardá-los como se fosse a própria vida.

A corrupção endêmica, agindo como um vírus, fez a economia entrar em profunda recessão e provocou a decomposição ética e social do País. Basta observar a situação calamitosa do serviço público: hospitais, escolas, segurança, trânsito e transporte, entre tantos outros, para se entender o que contumazes larápios, de diferentes bandos, disfarçados de Vossas Excelências, fizeram com a terra que publicamente juraram defender.

Ao contrário do que se imagina, não é pelos meios de comunicação que se sabe o que está acontecendo, para isso basta sair de casa. O trânsito e o transporte atestam de forma veemente a ladroagem, a incompetência e a insensibilidade da imensa maioria dos dirigentes políticos.

O Brasil é campeão mundial de acidentes de trânsito - na década de noventa conseguiu até mostrar que era capaz de combater tal endemia - mas para a elite política, as prioridades são outras. Ocupada ad aeternum com a próxima eleição, não tem tempo, nem interesse com as vidas desperdiçadas. 

São de senso comum os fatores condicionantes das alarmantes estatísticas, entre os quais o controle de limites da velocidade, principalmente no que se refere a proteção dos motociclistas.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, escritório para as Américas da Organização Mundial da Saúde, necessário se faz executar medidas de prevenção, que incluam adotar limites máximos de velocidade em vias urbanas inferiores ou iguais a 50 quilômetros por hora.

Apesar de signatário de tratados internacionais, o País nada mais faz de duradouro e objetivo para proteger a vida no trânsito. São alarmantes e constrangedores os dados publicados no último 17 de maio pela Rede de Reabilitação Lucy Montoro.

Segundo informa, em 2016 aproximadamente 50% das vítimas de acidente de trânsito atendidas pela Rede sofreram lesão medular e se tornaram paraplégicas ou tetraplégicas e quase 30% sofreram amputação. Do total de pacientes acidentados no trânsito, metade estavam em motocicleta, têm de 20 a 30 anos, sendo 75% homens. Entre os amputados, 44% são vítimas de acidente de moto, em sua maioria homens, de 20 a 30 anos e cerca de 38%,  vítimas de atropelamento.

A Rede de Reabilitação é a primeira instituição brasileira a conquistar a acreditação da Commission on Accredition of Rehabilitation Facilities (CARF). Criada em 2008, conta atualmente com 17 unidades em funcionamento em todo o Estado de São Paulo e realiza mais de 100 mil atendimentos por mês.

As terríveis circunstâncias em que vive o País – perfeitamente refletida no cotidiano do trânsito - ajudam a compreender que o caos é atinente, também, à “matéria humana” e todo o acontecimento social que gera. Impossível se faz desassociar as crises do processo histórico pois aquela é atinente a essa. Por isso mesmo, benditas as crises e o caos pois deste certamente nascerá a Luz e a Ordem. 

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