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Controle do surto de febre amarela depende de ações eficazes do governo

3 de Março de 2017
 

Doença que já foi considerada extinta no Brasil, a febre amarela voltou à tona e preocupa autoridades, médicos e, principalmente, a população. Segundo o infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Artur Timerman, o surto da doença pode ser controlado apenas se forem tomadas medidas eficazes pelo governo. “Caso contrário, é possível que tenhamos uma quarta epidemia no País”, afirma o médico ao se referir aos casos de dengue, chikungunya e zika.

Já são 180 casos confirmados de febre amarela no Brasil, incluindo 65 mortes - maior marca registrada desde 1980. As estatísticas podem ser ainda mais alarmantes, pois há 751 casos em investigação.

O especialista avalia que para reverter este cenário é fundamental a realização de um diagnóstico precoce em toda a rede de saúde e a oferta imediata de vacinação de contenção para as pessoas que estejam em um raio de 50 km do local onde tenham sido registrados casos da doença.

A febre amarela, que é causada por um vírus encontrado em regiões rurais, silvestres e de mata, transmitida pelos mosquitos Haemagogus, Sabethes, e que também pode ser espalhada pelo Aedes Aegypti, tem levado muitas pessoas para filas à procura da vacina. “Estamos em um momento grave, que precisa ser encarado com toda a seriedade que o problema exige. Por isso, é tão importante termos uma liderança transparente, que mostre que as medidas necessárias estejam sendo feitas. Ainda não sabemos, ao certo, quantas pessoas já foram vacinadas e quantas vacinas ainda temos disponíveis, o que é bem preocupante”, diz Timerman.

Devem ser vacinadas crianças a partir dos nove meses e pessoas até 60 anos de idade que moram ou que vão viajar para regiões de risco, pelo menos 10 dias antes da viagem. Pacientes em tratamento de quimioterapia, que estejam sendo medicados com cortisona, infectados pelo HIV não controlado (sem imunidade) e alérgicos à proteína do ovo da galinha não devem ser vacinados.

A vacinação é essencial, pois 40% a 50% dos infectados evoluem para quadros mais graves, quando há inflamação dos vasos sanguíneos capilares de todo o organismo, sangramento pela gengiva, pela pele ou pelo intestino, hemorragia pelo pulmão ou fígado, falta de ar e pele amarelada, podendo levar ao óbito.

 
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