Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Vicente Celestino

5 de Julho de 2013

Ele nasceu Antonio Vicente Filipe Celestino, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, filho de uma família humilde e numerosa que tinha onze filhos. Por isso mesmo, Vicente Celestino começou a trabalhar muito menino e aos 9 anos já era ajudante de sapateiro. Foi também vendedor de peixe, jornaleiro e funcionário de uma indústria de calçados, até que em 1915 ele estreou profissionalmente cantando a valsa “Flor do Mal” no Teatro São José, na Cidade Maravilhosa.

Dono de uma voz inconfundível, Vicente Celestino participou de várias operetas na década de 1920, e também gravou músicas de carnaval da época, que ele levava para as companhias de revistas com as quais viajava pelo País. Mas foi na década de 1930 que ele se tornou conhecido nacionalmente ao compor e gravar “O Ébrio”, um clássico da música brasileira que originou inclusive um filme, rodado em 1946, onde Celestino fazia o principal papel e era dirigido pela esposa, a também atriz Gilda Abreu (1904-1979), com quem se casou em 1932, em uma união que só terminou com a sua morte em 1968.

O sucesso de “O Ébrio” o transformou na grande voz masculina brasileira e em um ídolo da canção até o final dos anos 1950, quando perdeu o posto para Francisco Alves. Nessa fase chegou a gravar mais de 20 discos e implacou quase 50 canções.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vicente Celestino foi, portanto, cantor, tenor, compositor, ator e produtor de sucesso e teve uma das carreiras mais longas do nosso show business. Foi durante muitos anos um cantor exclusivo da RCA Victor, e se transformou na voz orgulho do Brasil. No cinema, depois do sucesso como o ébrio, fez também “Coração Materno”, em 1951, novamente dirigido pela mulher, Gilda de Abreu.

Sem aderir a qualquer modismo e fiel ao seu repertório, Celestino foi condecorado como Cidadão Paulistano em 1965 e, três anos depois, falecia repentinamente, aos 74 anos, em um quarto do Hotel Normandie, na capital paulista, quando se preparava para uma gravação de TV ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, os mestres do Tropicalismo, que o queriam homenagear nesse programa. O próprio Caetano Veloso regravaria “Coração Materno”, um dos grandes sucessos de Vicente Celestino, alguns anos depois, na década de 1970.

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