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Distante da cura, depressão vai atingir população por vários anos

15 de Dezembro de 2016
 

Um dos males do século XXI, a depressão ainda está longe de ter um fim e continuará impactando a população por muito tempo. A afirmação é da psicóloga Marina Arnoni Balieiro, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos. Segundo ela, a doença não pode ser considerada apenas um estado de espírito, pois causa danos profundos, que incapacitam totalmente uma pessoa, podendo levá-la à morte.

Estudo recente publicado pela revista médica The Lancet mostra que o transtorno já é uma das principais condições de saúde não fatais que levam os brasileiros a conviver cada vez mais anos com algum tipo de incapacitação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020, a depressão será a doença mais incapacitante do mundo. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 17 milhões de pessoas com a doença.

“A depressão não tem causa aparente e alguns pacientes não entendem como distúrbio, pois, nem sempre, há um sintoma físico; apenas uma sensação de vazio e uma tristeza profunda. Mas é bom lembrar que problemas psicológicos podem causar dores físicas”, ressalta a especialista.

Como as pessoas tendem a mascarar seus sentimentos e não compreendem a depressão como uma anomalia, acabam por não procurar ajuda médica. Desta forma, o transtorno cada vez mais atingirá a população que já vive isolada, dentro de uma rotina estressante. Por isso, se a tristeza ou desânimo se prolongar por um período superior a 15 dias ininterruptos, afetando a parte física, é hora de buscar orientação clínica.

“Os sinais devem ser observados não apenas pelo paciente, mas também pelos familiares, pois o apoio é importante neste momento”, afirma a especialista. “Cada paciente reage de um jeito e tem causas diferentes para desenvolver a doença.”

O distúrbio afasta o paciente da vida social, causa isolamento e, em casos mais graves, pode até levar ao suicídio. O importante é que há tratamento e cura. Segundo Marina Balieiro, a recomendação é não desvalorizar a depressão, independente do grau, e apoiar sempre a pessoa detectada com o problema.

 
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