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A cada três internações por pneumonia no inverno, ocorrem duas no verão

26 de Novembro de 2016
 

Números do Ministério da Saúde mostram que a doença merece atenção também nos dias mais quentes, quando o uso de ar-condicionado se intensifica

 

Ainda que muita gente associe a pneumonia apenas aos períodos mais frios do ano, os dados do Ministério da Saúde sobre o fluxo de internações provocadas pela doença no País mostram que a enfermidade merece atenção em todas as estações. A cada três hospitalizações por pneumonia ocorridas no último inverno, foram registradas quase duas no verão passado. Isso porque, embora o frio propicie a aglomeração de pessoas e a transmissão dos micro-organismos causadores da infecção, no verão o uso intensificado de ar-condicionado estimula o ressecamento da mucosa nasal, facilitando a chegada dos vírus e bactérias aos pulmões. 

No último verão, entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano, 114.351 pessoas foram internadas por pneumonia nos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O número é bastante representativo frente às 176.682 hospitalizações verificadas no inverno seguinte, entre junho e agosto. Por isso, o Dia Mundial de Combate à Pneumonia, comemorado em 12 de novembro, representa uma ocasião importante para o compartilhamento de informações que contribuam para o esclarecimento sobre a enfermidade e a possibilidade de prevenção em todas as estações do ano, considerando que a infecção representa uma das principais causas de hospitalização e morte no País.

Nos dias mais quentes, a preocupação deve se voltar ao uso de aparelhos de ar-condicionado, que baixam a umidade do ar. Merecem atenção especial as pessoas com fragilidades imunológicas, como crianças, idosos, tabagistas e doentes crônicos, entre eles asmáticos, hipertensos, cardíacos, diabéticos e pacientes com câncer. “Ressecada, a mucosa pode alterar os batimentos dos cílios do nariz e dos brônquios nos pulmões, o que dificulta a eliminação das impurezas do ar e favorece a penetração dos germes no pulmão”, explica a pneumologista Mara Rúbia Fernandes Figueiredo, presidente da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia e membro do Conselho Científico da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia (SBPT).

Vale ressaltar também que os aparelhos de ar-condicionado podem disseminar pelo ambiente os vírus e bactérias que uma pessoa doente esteja eliminando durante a respiração neste ambiente, funcionando como um vetor de transmissão de germes. Além disso, o uso de ventiladores também requer cuidados. Mais do que retirar a sujeira acumulada sobre as pás do eletrodoméstico, é preciso manter o ambiente limpo, para que a poeira acumulada sobre o chão e os móveis não se espalhe.

“Para um bom funcionamento e redução de risco à saúde respiratória todo aparelho de ar-condicionado necessita passar por limpezas mensais em seus filtros. Além disso, as pessoas que frequentam esses ambientes refrigerados devem tomar cuidado redobrado com a hidratação “, ressalta a médica.

Prevenção

A vacinação é o meio mais eficaz de prevenção contra os quadros de pneumonia causados pela bactériaStreptococcus pneumoniae, conhecida como pneumococo. Estima-se que três a cada dez casos de pneumonia bacteriana sejam provocados por esse micro-organismo, que é responsável por 1,6 milhão de mortes por doenças pneumocócicas a cada ano no mundo, sobretudo em crianças e idosos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde1(OMS). A mortalidade elevada está associada às complicações importantes relacionadas à doença, como insuficiências respiratória e cardíaca2. 

Entre as vacinas disponíveis contra a pneumonia e outras doenças pneumocócicas está a Prevenar 13, da Pfizer, que se destaca por ser o único imunizante que oferece proteção contra os 13 sorotipos de pneumococo mais prevalentes em todo o mundo: 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F. Aprovada em mais de 120 países, a vacina é indicada para pessoas de todas as faixas etárias, sendo especialmente recomendada para crianças a partir de 2 meses, maiores de 50 anos e pessoas com doenças crônicas. Outras formas de prevenção contra a doença são lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, praticar atividade física, não fumar, não beber em excesso e manter uma alimentação balanceada. 

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