Colunistas - Bem Estar e Saúde

Paralisia Facial

22 de Novembro de 2016
 

A fonoaudióloga, Vanessa Mouffron, explica como a fonoaudiologia auxilia no tratamento da paralisia facial 

 

Você provavelmente conhece ou já ouviu falar de alguém que, por determinado motivo (ou sem motivo algum), se deparou com uma perda repentina dos movimentos da musculatura facial.

Bastante comum, a Paralisia Facial Periférica é uma interrupção definitiva ou temporária da função do nervo facial, estrutura responsável por levar aos músculos da face o impulso nervoso para a execução de diversos movimentos.

Não paramos para pensar, no nosso dia a dia, na quantidade de músculos que temos na nossa face e em como eles são importantes no desempenho de diversas funções como a fala, mastigação, deglutição e na expressão facial. A limitação desses movimentos trazem dificuldades de socialização, alteram a qualidade de vida do indivíduo e impactam de maneira considerável nas suas atividades de vida diárias, como por exemplo na alimentação e comunicação.

De causas bastante variadas, as paralisias faciais podem ter origem congênita, viral, infecciosa, dentre outras. Estima-se, ainda, que cerca de 60% a 80% dos casos não apresentam etiologia definida.

A boa notícia é que cerca de 70% a 85% dos pacientes recuperam-se espontaneamente das paralisias faciais sem apresentarem graves consequências.

Mas então, qual o papel da fonoaudiologia nesses casos?

A má notícia é que os outros 15% a 30% dos indivíduos acometidos pela paralisia facial poderão apresentar sequelas após o período de recuperação e, no momento em que a lesão se instala, é difícil prever esse prognóstico.

A recuperação da paralisia depende do tipo de lesão que a gerou, do período de desenervação, do direcionamento do crescimento das fibras nervosas e do estado do músculo.

Quando há lesão do nervo, os músculos passam por degeneração, ficando flácidos. Ocorrem, também, mudanças corticais devido à perda do input neural. Dessa forma, a terapia miofuncional para a reeducação neuromuscular é importante para manter a atividade do músculo e seu mapeamento cortical, e quanto mais precoce for seu início, melhores serão os resultados. 

Atualmente, muitos são os recursos que auxiliam e enriquecem a terapia fonoaudiológica. O uso da bandagem elástica funcional, da eletroestimulação e também da laserterapia na prática clínica têm se mostrado de grande eficácia no tratamento da Paralisia Facial Periférica.

Nesse sentido, a fonoterapia torna-se então importante para esclarecer ao paciente o que está acontecendo, realizar a terapia miofuncional com um olhar diferenciado para as alterações funcionais de mastigação, fala, comunicação e atuar na estimulação muscular visando à reabilitação completa ou minimização das sequelas.

 

Vanessa Mouffron
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