Colaboradores - Fabiano de Abreu

Entrevista com Bruno Schmidt, medalhista de ouro no Vôlei de Praia

7 de Outubro de 2016
 

Bruno Schmidt é um nome que já está na história do esporte olímpico brasileiro. Ao lado de Alison “Mamute”, o Mágico – como é conhecido – conquistou a medalha de ouro no Vôlei de Praia, em Copacabana, numa final emocionante e inesquecível. Impossível não se emocionar com a história de um atleta que se dedicou a vida inteira para alcançar este momento “mágico” na sua vida.

Confira um pouco da sua história nesta entrevista com o jogador:

Duda Duarte: Bruno, não deve ser fácil descrever o momento em que você e o Alison conquistaram a medalha de ouro. Como foi a sensação de vencer em casa e com a presença de toda a torcida brasileira?

Bruno Schmidt: Difícil mesmo descrever. Foi algo mágico, uma sensação maravilhosa, única, algo que vai ficar na minha mente pro resto da vida. Era um sonho, um objetivo, e fizemos tudo certo, bem planejado para chegarmos preparados para as Olimpíadas. Jogar um evento como esse, na nossa casa, com família, amigos, público, é uma chance na vida. E vencemos. Foi um momento de êxtase total, ficamos quase duas semanas respirando, vivendo aquilo ali, focados, concentrados demais e todo o esforço, o trabalho e a dedicação foram recompensados. Temos que agradecer a muita gente, equipe, parceiros, patrocinadores e fãs. Essa medalha de ouro não é só nossa, tem um pouquinho de todos, de cada um, essa foi uma conquista para o nosso país.

Duda Duarte: A competição foi bem acirrada. Vocês tiveram jogos duros e que foram determinantes no caminho para o ouro. Quais momentos você destacaria?

Bruno Schmidt: É complicado apontar esse ou aquele momento porque cada lance, cada ponto, cada saque, defesa, ataque, tudo foi importante e ajudou nosso time a construir essa medalha de ouro. E não foram apenas os momentos no Rio, mas ao longo desses dois anos e meio de preparação no ciclo de 2016. Se fosse para escolher um, talvez escolhesse o último ponto, a bola caindo na nossa vitória sobre os italianos, na decisão em Copacabana. Ela simboliza tudo, ela representa o ponto final do último capítulo de uma história com o final feliz.

Duda Duarte: Você deu sua medalha de ouro para seu pai, certo? Deve ter sido um momento marcante na sua vida.

Bruno Schmidt: Sim. Dei porque ele é a pessoa que me fez acreditar, que não me deixou desistir do vôlei, desistir dos meus sonhos nos piores momentos, nas horas mais difíceis. Essa medalha fica com ele por tudo o que ele representou ao longo desses anos, desde quando eu jogava com ele, até quando iniciei minha carreira como profissional. Ele esteve em todos os momentos e foi fundamental para que eu chegasse onde eu cheguei.

Duda Duarte: Vocês conquistaram o World Tour Finals. Não teve descanso! Foi desgastante para vocês?

Bruno Schmidt: Demais. Estamos exaustos. Mas tudo valeu à pena. Nós vencemos em quadra porque temos uma equipe capacitada por trás, um time que cuida da nossa dupla nos mínimos detalhes no dia a dia e nas viagens. Uma dupla não vence sozinha, somos muitos, eu e Alison aparecemos mais porque estamos em quadra, mas não há parceria sem essa equipe toda. Todas as nossas conquistas são divididas, cada um faz bem o seu papel, se dedica, se entrega, e por isso os resultados aparecem.

Duda Duarte: As Olimpíadas foram um momento mágico para o Brasil. Você conseguiu assistir outras modalidades? Deu para curtir o clima do Parque Olímpico?

Bruno Schmidt: Não. Torcemos à distância, mandando energias positivas para os outros atletas brasileiros. Vivemos, sim, intensamente os Jogos Olímpicos, mas a Vila Olímpica. É um clima maravilhoso, um ambiente único, diferente de tudo o que já havia visto na minha carreira. E estrear nas Olimpíadas, em casa, com uma medalha de ouro. Não poderia ter sido mais perfeito.

Duda Duarte: A sua trajetória começou há muito tempo e não deve ter sido fácil chegar aonde você chegou. Onde você começou no Vôlei de Praia? E quais técnicos fizeram parte da sua carreira?

Bruno Schmidt: Comecei a brincar de vôlei de praia em Cabo Frio, mas a jogar, levar um pouco mais a sério, foi em Brasília. Foi no Espírito Santo que eu me profissionalizei no esporte. Prefiro falar sobre todos que estiveram ao meu lado, ajudando na minha evolução, no meu crescimento e amadurecimento na modalidade, técnicos, preparadores, todos os profissionais e parceiros, que foram importantes nessa caminhada. Hoje, meu técnico é o Leandro Andreão, o Brachola, com quem eu trabalhei no início da minha carreira. Isso foi há mais de dez anos, inclusive ao lado do Alison, éramos dois garotos ainda. Brachola é um estudioso, um treinador muito detalhista, que merece todos os elogios e reconhecimento por seu trabalho na modalidade e pelo Esporte.

 
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