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Infarto - a principal causa de morte no Brasil

12 de Setembro de 2016

As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% das mortes no Brasil. Dentre estas, o infarto é uma das principais causas.

A área do coração acometida sofre morte celular, podendo levar à morte súbita, arritmias ou à insuficiência cardíaca que acarreta limitações físicas até a recuperação do quadro clínico.

No Brasil, segundo estimativa do Ministério da Saúde, ocorrem cerca de 300 mil infartos por ano, provocando cerca de 80 mil mortes anualmente.

Dr. Giulio Cesare - médico cardiologista
 

O Dr. Giulio Cesare, médico cardiologista explicou no texto abaixo tudo que você precisa saber sobre o assunto.

 

O coração

 

O coração é um órgão muscular, localizado no interior do tórax. Sua função é bombear o sangue oxigenado para todo o corpo. É dividido em quatro compartimentos, divididos por paredes (septos) e válvulas. As câmaras superiores são chamadas de átrios (esquerdo ou direito), e as inferiores são conhecidas como ventrículos (esquerdo ou direito).

 

Infarto

 

Infarto, ou angina, ou ataque cardíaco, como muitos chamam, ocorre quando o fluxo de sangue que leva ao miocárdio (músculo cardíaco) é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Os médicos chamam isso de infarto do miocárdio, pode ser fatal. Acontece geralmente de forma rápida. Nem sempre leva a parada cardíaca, como muitos imaginam.

Com tratamento adequado, é possível evitar danos significativos no músculo cardíaco e isso é primordial para que o paciente possa viver muitos anos sentindo-se bem. Por isso, é crucial chamar a emergência ou correr para o hospital nos primeiros sinais do problema.

 

Sintomas

 

As dores nem sempre são tão características, o que pode dificultar o diagnóstico. A dor típica tende a ser no meio do peito, em aperto, espalhando para o braço esquerdo, acompanhada de sudorese, náusea e palidez cutânea. Em mulheres, os sintomas são um pouco menos intensos. As vezes temos associações de: vômitos, fraqueza intensa, palpitações, falta de ar, sensação de ansiedade, fadiga, sonolência, tontura ou vertigem.

O infarto pode ocorrer a qualquer momento – no trabalho, praticando exercícios ou mesmo descansando, durante relação sexual, após refeições copiosas, durante stress ou emoção intensa. Algumas vezes ele é súbito, em outras leva horas.

 

Causas

 

Colesterol elevado, presença de placas de gordura no sangue - aterosclerose (placa de colesterol). 

Homens acima dos 45 anos e mulheres com 55 anos ou mais tem maior propensão ao infarto. Principalmente quando há fatores de risco como:

 

  • Tabagismo

  • Hipertensão

  • Diabetes

  • Histórico familiar de infarto

  • Sedentarismo

  • Obesidade

  • Estresse

  • Alcoolismo

  • Uso de drogas ilegais estimulantes, como cocaína, que podem causar espasmos das artérias do coração e levar ao infarto, mesmo elas estando normais.

 

CERCA DE 50% A 60% DOS INFARTOS OCORREM EM PESSOAS PREVIAMENTE ASSINTOMÁTICAS. POR CONTA DISSO, O CHECK-UP É TÃO IMPORTANTE.

 

Portanto, quanto maiores esses fatores de risco acumulados, maior a chance do indivíduo ser vítima de um infarto.

 

Diagnóstico

 

É extremamente importante, na presença dos sintomas descritos anteriormente, a procura de um pronto socorro mais próximo imediatamente. Conforme o tempo passa a dor pode até diminuir, mas o dano torna-se mais extenso e irreversível.

 

Algumas recomendações úteis:

 

Ligue para emergência e peça ajuda. Não hesite em ligar para o SAMU ou outro número de emergência. Peça para alguém levá-lo até o hospital mais próximo. Caso você tenha comprimidos de ácido acetilsalicílico infantil em lugar de fácil acesso, é importante tomar o medicamento. Ele ajuda a dissolver o coágulo de sangue que, junto com placas de gordura, estão obstruindo a artéria. Devem ser administrados três comprimidos de 100mg o mais rápido possível, mastigando antes de engolir, para acelerar a absorção da medicação. No entanto, faça isso depois de ligar para a emergência, de forma a não atrasar sua chegada ao hospital. Verifique se alguém próximo tem treinamento de atendimento básico de emergência e sabe usar um DEA (desfibrilador automático externo) e verifique se há um disponível. Este aparelho é capaz de salvar vidas durante um episódio de parada cardíaca.

Uma boa consulta com um médico emergencista, ou do pronto socorro irá questioná-lo sobre seu histórico de saúde e histórico familiar de doença cardíaca. O exame físico e alguns exames como eletrocardiograma (ECG), exames de sangue, radiografia do tórax, por vezes um ecocardiograma, até um cateterismo de coronárias, em casos não tão urgentes, um teste ergométrico, após o quadro estar estabilizado e uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética.

 

Tratamentos

 

O tratamento varia de acordo com a situação. Desde apenas medicamentos, ser submetido a um procedimento invasivo, como angioplastia com ou sem implante de stent, ou cirurgia de revascularização miocárdica (ponte de safenas por exemplo) ou ambos - dependendo da gravidade do seu estado e da quantidade de danos ao seu coração.

Somente o médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes.

 

Não há dúvida de que a melhor maneira de evitar o infarto é reduzir a exposição aos fatores de risco.

 

Prevenção

 

Controle seus hábitos de vida e se você já teve um infarto antes, saiba que, quem já teve apresenta um aumento em 5x as chances de um novo infarto. Portanto é importante alguns cuidados, por exemplo:

 

  • Não fume

  • Controle a pressão arterial

  • Controle o colesterol e os triglicérides

  • Evite o sedentarismo, faça atividade física regularmente

  • Faça check-ups médicos regulares

  • Mantenha o peso ideal

  • Tenha uma dieta saudável

  • Controle o diabetes

  • Controle o estresse

  • Não ingira álcool em excesso

  • Tome seus remédios, para quem for indicado, regularmente, seguindo à risca as orientações de seu cardiologista.

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