Cultura - Teatro

ESPETÁCULO DESILUSÃO DAS DEZ HORAS, COM DIREÇÃO DE ANDRÉ GAROLLI

2 de Setembro de 2016

REESTREIA NO VIGA ESPAÇO CÊNICO

Texto inédito, de Alberto Guiraldelli, é inspirado no poema homônimo do poeta americano Wallace Stevens.  A peça é um retrato poético atemporal de uma família que vive à sombra da ausência do pai e dos maridos, marinheiros que passam semanas ou até meses em alto mar 

 

Inspirado no poema homônimo do poeta americano Wallace Stevenso espetáculo DESILUSÃO DAS DEZ HORAS reestreia dia 3 de setembro, sábado, às 21h, no VIGA ESPAÇO CÊNICO. Texto inédito de Alberto Guiraldelli, peça é um retrato poético atemporal de uma família que vive à sombra da ausência do pai e dos maridos, marinheiros que passam semanas ou até meses em alto mar. Com direção de André Garolli,montagem reúne os atores Fernando Vieira, Mônica Granndo, Marcela Grandolpho e Alberto Guiraldelli.

 

Em DESILUSÃO DAS DEZ HORAS, habitados pela sombra da ausência de maridos e pais que ganham a vida como marinheiros em longas e constante viagens, uma família vive o conflito entre seus sonhos e desejos e a realidade que os cerca. O filho caçula vive de reconstruir a imagem do pai através de uma carta cujas palavras parecem sempre mudar, enquanto que sua irmã se sente condenada a cometer os mesmos erros da mãe que vive uma furtiva ligação com um velho marinheiro aposentado.

 

“A fagulha inspiradora para escrever o texto veio do poema homônimo de Wallace Stevens, que faz uma referência obliqua ao episódio bíblico em que as filhas de Ló embriagam o próprio pai para deitarem-se com ele. Procurei construir uma arquitetura dramática que contemplasse o poético, o fabular e o atemporal. Queria, também, transportar as pessoas para um outro tempo que não o nosso. Na peça nada é apressado e não há frieza ou cinismo” afirma o autor Alberto Guiraldelli.

 

A encenação busca, ao mesmo tempo que desdobra a história das personagens, estimular os sentidos da plateia por meio dos sons, dos aromas, das sombras e luzes que se inter-relacionam no palco. “O espetáculo foi construído através da sutileza e da nuance, mais do que o confronto aberto. Um jogo de sedução e encantamento, o conflito entre desejo e a realidade que se impõe, sem os ruídos da nossa vida cotidiana, mas enredada na ancestralidade de nossas histórias”, declara a atriz Mônica Granndo.

 

A cenografia, de Fábio Jerônimo, trabalha com concreto e a memória, com elementos que remetem a alusão dos varais das casas e aos navios e às viagens. Os figurinos, de Alexandra Deitos, se alternam entre a leveza das camisolas brancas e os materiais rústicos das roupas dos homens do mar. A iluminação, de Rodrigo Alves, é delicada e focada no que é essencial para dar o caráter intimista que o texto aponta. A música original e a sonoplastia de Reinaldo Guiraldelli envolvem a narrativa com tons intimistas e dramáticos.

 

Montagem da Cia do Ator Careca estreou em outubro do ano passado no Viga Espaço Cênico. O Design Gráfico é de Denise Voss. As Fotos são de Fernanda Procópio.

 

André Garolli: Diretor artístico da Cia Triptal há 22 anos, dentre seus principais trabalhos estão: Dois Perdidos numa Noite Suja, de Plínio Marcos; e o projeto Homens ao Mar, baseado em textos de Eugene O’ Neill; premiado no APCA e prêmio Shell, tendo participado do Festival Internacional de Chicago e o projeto infantil Maria Clara Clareou, agraciado com os prêmios Coca Cola APETESP e Mambembe. No teatro atua no Grupo TAPA há mais de 20 anos, tendo como principais espetáculos, dirigidos por Eduardo Tolentino: CredoresDoze Homens, Vestir os Nus, Cloaca, A Mandrágora, Ivanov, A Serpente, Vestido de Noiva, Megera Domada, além de trabalhar com nomes como Hector Babenco, Rui Guerra, Bibi Ferreira, Fauzi Arap, Juca de Oliveira, Roberto Lage, Fúlvio Stefanini, entre outros. Na televisão, destaca-se junto ao núcleo de dramaturgia da TV Globo, atuando nas novelas Amor a VidaFina Estampa, Guerra dos Sexos, e nas miniséries: Lara com ZCinquentinha e Na Forma da Lei, com direção de Wolf Maya e Mauro Mendonça Filho.

 

Alberto Guiraldelli: Dramaturgo, Tradutor e Ator, também formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e associado à SBAT. É também produtor e fundador da Companhia do Ator Careca, com mais de 10 anos de atividade em São Paulo. Entre as peças de sua autoria estão os espetáculos montados e apresentados no circuito teatral de São Paulo: O Beijo, em 2005; Fracasso, em 2006/2007/2014; Essa Moça (ligando para Tom Waits, ainda acordado, em Istambul), 2010/2012; e Uma Questão de Tempo, em 2012. Entre suas traduções estão os espetáculos montados e apresentados no circuito teatral de São Paulo: Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos, de Tom Stoppard, em 2003/2004; Algumas Vozes, de Joe Penhall, selecionada para o 12º Cultura Inglesa Festival, com temporadas em 2008/2009; Parlour Song, de Jez Butterworth, em 2012; eSenti um Vazio no começo quando o coração foi embora mas agora está tudo bem, de Lucy Kirkwood, em 2013. Em 2014 a Giostri Editora lançou uma edição com duas de suas peças:  Fracasso e Uma Questão de Tempo.          

 

Cia do Ator Careca: Fundada pela diretora e atriz Mônica Granndo e o dramaturgo, tradutor e ator Alberto Guiraldelli em 2003. Com 12 anos de trabalho contínuo na cena teatral paulista a companhia realizou os seguintes espetáculos: Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos, de Tom Stoppard, direção de Mônica Granndo, tradução de Alberto Guiraldelli (2003/2004); O Beijo, de Alberto Guiraldelli, direção de Mônica Granndo (2005);Fracasso, de Alberto Guiraldelli, direção de Mônica Granndo (2006/2007/20014); Algumas Vozes, de Joe Penhall, direção de Mônica Granndo, tradução de Alberto Guiraldelli (2008/2009); Essa Moça (Ligando para Tom Waits, ainda acordado, em Istambul), de Alberto Guiraldelli, direção de Einat Falbel (2010/2012); Uma Questão de Tempo, de Alberto Guiraldelli; direção de Mônica Granndo (2012/2013/2014); Parlour Song (Tudo está desaparecendo), de Jez Butterworth, direção Einat Falbel, tradução de Alberto Guiraldelli (2012); Senti um vazio no começo quando o coração foi embora mas agora está tudo bem, de Lucy Kirkwood, direção de Mônica Granndo, tradução de Alberto Guiraldelli (2013). 

 

Para Roteiro

DESILUSÃO DAS DEZ HORAS – Reestreia dia 3 de setembro de 2016, sábado, às 21h. Texto: Alberto Guiraldelli. Direção: André Garolli. Com a Cia do Ator Careca. Elenco: Fernando Vieira, Mônica Granndo, Marcela Grandolpho, Alberto Guiraldelli. Duração: 70 minutos. Recomendação: 14 anos. Ingressos: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (+60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). Sábado, às 21h. Domingo, às 19h. Até 23 de outubro.

 

VIGA ESPAÇO CÊNICO - Sala Piscina – Rua Capote Valente, 1323 – Sumaré, tel: 3801-1843. Capacidade 40 lugares. A bilheteria abre 1 hora antes do espetáculo, vendas online pelo Ingresso Rápido. Ar condicionado. Aceita cartões, Visa, Maestro e Rede Shop. Café no local.

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