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A liquidez dos relacionamentos na era digital: o que fazer?

4 de Julho de 2016
 
(Foto: Reprodução)

Todo relacionamento, amoroso ou não, é constituído na base de conversa. Mas como torná-los sólidos na geração que tem os smartphones como verdadeiras extensões dos próprios corpos? Bater papo apenas por WhatsApp, momentos de carinho apenas para fotos no instagram e declarações amorosas apenas em textos publicados no Facebook. Como os namoros podem sobreviver à impessoalidade da era digital?

“O mau uso da internet, sem controle, abusivo, pode prejudicar o relacionamento afetivo. Algumas pessoas se envolvem de forma exagerada com o conteúdo virtual e passam a investir menos nos relacionamentos reais. Muitas vezes isso ocorre de forma inconsciente", explica a psicóloga Vânia Calazans, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e aperfeiçoamento em Terapia Familiar.

"Esta cada dia mais comum encontrar  casais em restaurantes e até em baladas conectados nas redes sociais e desconectados do parceiro que esta ali ao lado. Existem pesquisas que demonstram que uma grande porcentagem de casais já teve alguma discussão por conta do envolvimento do parceiro com esse tipo de tecnologia”, reforça.

As redes sociais têm, por princípio, estabelecer contatos entre as pessoas e, em um mundo ideal, seria capaz de aproximar o casal, mas não é isso o que acontece. As relações se tornam fantasiosas e superficiais.

 
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É como diz Zygmunt Bauman em seus livros sobre a liquidez da vida moderna, tudo é fluido, escorre pelas mãos como água corrente: essa é a representação dos relacionamentos que se preocupam mais com o visível, quando uma mudança de status em uma rede social é mais importante do que construir relações sólidas e duradouras. Mas o que isso pode comprometer na saúde psicológica das pessoas?

“A questão pode se tornar ainda mais grave, (e tem sido cada vez mais habitual) quando o uso indiscriminado da internet passa a interferir na intimidade do casal tornando-se uma companhia mais valorizada do que o cônjuge", diz a psicóloga.

"Essas situações, muitas vezes, levam o casal a procurar ajuda psicológica e no contexto terapêutico é possível ressignificar a relação e fazer o resgate afetivo que leva a cumplicidade e intimidade necessárias para a saúde do relacionamento”, conclui.

Entre as doenças psicológicas ligadas ao uso da tecnologia, as principais hoje são os transtornos do sono e a nomofobia, doença ligada à ansiedade exagerada quando o viciado em internet fica sem conexão.

Para melhorar a qualidade do relacionamento, o indicado é procurar ajuda psicológica e busca atividades que possam ser feitas com o parceiro deixando o celular de lado e aproveitando o momento.

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