Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA - LUTERO LUIZ

9 de Junho de 2016

 (1931 – 20/02/90)

 

O especialista em personagens populares

O gaúcho Lutero Luiz foi um dos mais constantes atores do nosso cinema e das nossas telenovelas nos anos 70 e 80. Formado em artes cênicas na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, ele começaria sua carreira como radioator lá mesmo no Sul.

Mas a carreira como premiado ator só viria a engrenar mesmo na metade dos anos 60, quando Lutero fixou residencia em São Paulo com o intuito de deslanchar na profissão escolhida.

Por não ter o porte de um galã, Lutero Luiz se especializou em interpretar personagens bem populares, muitos deles com forte apelo regional, o que sempre levou o público a imaginar que o ator tivesse suas raízes no Norte ou Nordeste do País e não na Região Sul.

A estréia no cinema aconteceu em 1969 no filme “Pára Pedro!” e no mesmo ano também surgiu na televisão em um pequeno papel na novela “João Juca Junior” que Sylvan Paezzo escreveu para a TV Tupi.

A partir daí o ator engrenou um trabalho atrás do outro, e logo na sua segunda participação em novelas, chamou a atenção do público e da crítica com o seu Lulu Gouveia da novela “O Bem Amado”, o eterno adversário político de Odorico Paraguaçu. 

Com o sucesso do personagem na novela de Dias Gomes passou a participar de filmes premiados como “Vai Trabalhar Vagabundo” de Hugo Carvana; “A Rainha Diaba” de Antonio Carlos Fontoura; “O Marginal” de Carlos Manga e “Guerra Conjugal” de Joaquim Pedro de Andrade.

No cinema participou de quase 30 filmes, sendo três deles com Renato Aragão e os Trapalhões: “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa”; “Simbad, o Marujo Trapalhão” e “O Cangaceiro Trapalhão”. Foi premiado no Festival de Cinema de Gramado por seu trabalho em “Ladrões de Cinema” em 1977.

Sempre atuando na televisão pela Rede Globo, Lutero Luiz fez 12 novelas, duas minisséries e alguns casos especiais pela emissora. Os personagens de maior destaque foram o Lulu Gouveia da novela e depois do seriado “O Bem Amado”; o Marciano, taxista amigo do Carlão em “Pecado Capital” de 1975; o Afonso Estradas de “O Casarão” em 1976; o dr. Cazuza de “Roque Santeiro” em 1985, o Bodão, amigo de Sassá Mutema, em “O Salvador da Pátria” em 1989 e o jardineiro Bastião, de “O Sexo dos Anjos” em 1990, seu último trabalho.

Lutero morreu vitimado por um câncer generalizado, aos 59 anos de idade, em meio às gravações da novela “O Sexo dos Anjos”, e seu personagem teve que sair da trama às pressas, com a autora Ivani Ribeiro inventado uma viagem de última hora para ele.

Foto 1 - Lutero Luiz no começo da carreira no Rio de Janeiro

Foto 2 - Lutero ao lado de Lima Duarte na novela "O Bem Amado" de Dias Gomes

Foto 3 - Ao lado do saudoso Milton Moraes em cena da novela "O Espigão"

Foto 4 - Em um dos seus melhores trabalhos no cinema no filme "A Rainha Diaba"

Foto 5 - Com Tarcísio Meira em um grande desempenho na novela "Escalada"

Foto 6 - Lutero com Denis Carvalho em outro momento bom na novela "O Casarão"

Foto 7 - Com Lima Duarte em uma boa parceria na novela "O Salvador da Pátria"

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