Cultura - Teatro

Brasil: o Futuro que Nunca Chega

25 de Maio de 2016

projeto de Samir Yazbek estreia no Sesc Consolação

Formado por dois espetáculos, projeto da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou reúne os atores Helio Cicero, Gabriela Flores, Rogério Brito, Eduardo Mossri, Henrique Zanoni e Janette Santiago. A ficha técnica traz ainda nomes como André Cortez, Domingos Quintiliano e Gregory Slivar.

 

 

O Sesc São Paulo  apresenta novo projeto teatral do dramaturgo e diretorSamir Yazbek, composto por duas montagens: “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II” e “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel”. A estreia acontece no dia 9 de junho, quinta-feira às 21 horas.

 

A temporada de “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel” será às quintas-feiras e aos sábados (às 21 horas), tendo elenco formado por Gabriela Flores, Rogério Brito, Helio Cicero e Janette Santiago, com participação de Fernando Trauer e Carla Laiene. A peça “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II”, por sua vez, será apresentada às sextas-feiras (às 21 horas) e aos domingos (às 18 horas), com Helio Cicero, Eduardo Mossri, Rogério Brito, Gabriela Flores e Henrique Zanoni no elenco, com participação  de Fernando Trauer e Carla Laiene.  Ambas no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação.

 

Escritos e dirigidos por Samir Yazbek, os espetáculos têm Helio Cicero também na codireção e preparação de atores, além de André Cortez na cenografia, Domingos Quintiliano na iluminação, Anne Cerutti no figurino e Gregory Slivar na trilha sonora. Silvia Marcondes Machado está à frente da coordenação do projeto e Edinho Rodrigues responde pela direção de produção.

 

A peça “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel” investiga a escravidão no país, na passagem do Império à República, discutindo suas consequências para a nossa sociedade. Já “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II” pretende, por meio de um mergulho nos estertores do Império, aprofundar o Brasil contemporâneo, que tem manifestado xenofobia e racismo preocupantes.

 

Os espetáculos denunciam o “modus-operandi” da política nacional, identificando algumas das principais causas do atraso social brasileiro. Samir Yazbek explica que “esse projeto nasceu com o objetivo de ampliar o olhar sobre o Brasil de hoje, à luz da nossa história, mais precisamente a passagem do Império à República, período que lançou ou ao menos consolidou as bases para a formação da identidade brasileira, no que diz respeito à vida pública e privada”.

 

A idealização de “Brasil: o Futuro que Nunca Chega” é da Cia Teatral Arnesto nos Convidou, responsável por montagens como de “O Fingidor” (Prêmio Shell 1999 de melhor autor) e “As Folhas do Cedro” (Prêmio APCA 2010 de melhor autor), entre outros espetáculos.

 

“Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel”

 

A história se passa no dia da assinatura da Lei Áurea, em 1888, quando a Princesa Isabel, seu marido Conde d’Eu, José e sua mãe (escrava alforriada, já falecida) discutem a escravidão no país, antevendo seu legado para a sociedade brasileira. Apesar da ação se passar em 1888, sua concepção cênica remete aos dias de hoje.

 

Por meio das quatro personagens, “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel”aprofunda o embate em torno das consequências da Lei Áurea para o Brasil, antecipando algumas das principais causas da desigualdade social entre nós.

 

Elementos de ordem simbólica percorrem a encenação, apontando a ancestralidade africana como o principal foco de resistência à opressão sofrida pelo povo negro durante o período da escravidão.

 

“Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II”

 

No enredo, um repórter de ascendência libanesa, em crise com seu trabalho, narra para um cinegrafista a visita do Imperador D. Pedro II ao Líbano, em 1876. Essa narrativa, entremeada por figuras da imaginação do repórter (sua mãe, um jovem neofascista e o próprio D. Pedro II), discute o Brasil contemporâneo, onde o racismo ainda tem papel preponderante.

 

Cansado da intromissão da diretoria de uma emissora de televisão em seu trabalho, o repórter pede ao cinegrafista para gravar seu desabafo. Inicia-se, assim, uma reflexão por parte do repórter, compartilhada com o público, sobre os mais variados discursos da atualidade, que envolvem sua falecida mãe, um jovem neofascista, e a figura do imperador D. Pedro II, responsável pela vinda de seus antepassados libaneses ao Brasil.

 

Enquanto faz seu depoimento, em meio a uma concepção cênica que o enreda numa espécie de carrossel representativo de sua mente, o repórter ignora a vontade do cinegrafista, que tenta lhe contar a respeito de seus ancestrais africanos que foram escravizados durante o Império.

 

Metáfora de um país dividido, “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II” investiga o quanto a mídia, encarnada pelo repórter, tem sido impenetrável às mazelas sociais brasileiras, acusadas pelo cinegrafista.

 

Samir Yazbek

 

Samir Yazbek é dramaturgo e diretor teatral. Consolidou sua formação com o diretor Antunes Filho, no CPT (Centro de Pesquisa Teatral) do Sesc. Escreveu “O Fingidor” (Prêmio Shell 1999 de melhor autor), “A Terra Prometida” (entre os dez melhores espetáculos de 2002, segundo O Globo) e “As Folhas do Cedro” (Prêmio APCA 2010 de melhor autor), entre outras. Além de seu trabalho na Cia Teatral Arnesto nos Convidou, escreve artigos na imprensa, participa de festivais, ministra palestras, cursos e oficinas de dramaturgia. No exterior, fez conferências em Cádiz (Espanha), Londres (Inglaterra) e Minnesota (EUA). Teve alguns de seus textos publicados – e encenados – não somente no Brasil, mas em Cuba, França, Inglaterra, México, Polônia e Portugal. Coordena o curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Dramaturgia da ESCH (Escola Superior de Artes Célia Helena), em São Paulo.

 

Ficha técnica

 

Espetáculo - 1: “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel”

Espetáculo - 2: “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II”

Texto e direção: Samir Yazbek

Codireção e preparação de atores: Helio Cicero

Cenografia: André Cortez

Figurino: Anne Cerutti

Iluminação: Domingos Quintiliano

Trilha sonora: Gregory Slivar

Assistência de direção: Carla Laiene

Assistência de cenografia: Carmem Guerra

Preparação corporal: Janette Santiago

Aulas de francês: Flávio Nery

Direção de palco: Fernando Trauer

Fotografia: Heloísa Bortz

Assessoria de imprensa: Eliane Verbena

Coordenação do projeto: Silvia Marcondes Machado (Mecenato Moderno)

Produção executiva: Vanessa Campanari

Direção de produção: Edinho Rodrigues (Brancalyone Produções)

Idealização: Cia Teatral Arnesto nos Convidou

Realização: Sesc São Paulo

 

Elenco 1 - “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel”:

Gabriela Flores, Rogério Brito, Helio Cicero e Janette Santiago.

Participação: Fernando Trauer e Carla Laiene.

 

Elenco 2 - “Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II”:

Helio Cicero, Eduardo Mossri, Rogério Brito, Gabriela Flores e Henrique Zanoni.

Participação: Fernando Trauer e Carla Laiene.

 

Serviço

 

Teatro Anchieta - Sesc Consolação

Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque/SP – Tel: (11) 3234-3000

 

Temporada: 9 de junho a 10 de julho

“Brasil: o Futuro que Nunca Chega – Princesa Isabel”: 9 de junho a 9 de julho

Horários: Quintas e sábados (às 21 horas)

Brasil: o Futuro que Nunca Chega – D. Pedro II”: 10 de junho a 10 de julho

Horários: sextas (às 21 horas) e domingos (às 18 horas)

Duração: 70 minutos. Gênero: Drama. Classificação: 12 anos

 

Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (estudante, servidor de escola pública, +60 anos, aposentado e pessoa com deficiência) e R$ 12,00 (credencial plena). Ingressos à venda pelo Portal sescsp.org.br a partir de 31/5, às 18h, e nas bilheterias do Sesc SP a partir de 1/6, às 17h30.

Aceita Cheque e todos os cartões - Capacidade: 280 lugares.

Ar condicionado e acesso universal.

Não faz reservas. Não possui estacionamento. Site: www.sescsp.org.br

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