Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA - LAURO CORONA

31 de Março de 2016

 (06/07/1957 – 20/07/1989)

 

O jovem galã global que se foi cedo demais

 

O carioca Lauro Del Corona foi um digno representante da classe média do Rio de Janeiro, e aos 16 anos de idade começou a trabalhar na boutique de sua mãe. Bonito e com belos olhos azuis logo chamou a atenção e começou a carreira de modelo fazendo propagandas para grande anunciantes como Coca Cola e Bob’s.

Pelas mãos do diretor Marcos de Sá chegou ao teatro primeiro, aos 19 anos de idade, e atuou na peça infantil “Seu Sol, Dona Lua”, participando depois de “As Cigarras e as Formigas” e “Simbad, o Marujo”. Foram Ziembinski e Paulo José que o viram no teatro e o levaram para um teste na TV Globo onde ele participou do especial “Ciranda, Cirandinha” ao lado de Lucélia Santos.

O sucesso no especial o levou a conquistar um grande papel: o do jovem Beto de “Dancin’ Days”, novela de Gilberto Braga que se transformou em um dos maiores sucessos dos anos 70 na televisão brasileira. Foi nessa novela, contracenando com Gloria Pires que viveu Marisa, que Lauro Corona rapidamente ganhou a fama, capas de revistas e inúmeros convites para apresentar bailes de debutantes.

Já conhecido nacionalmente, o ator ainda teria bons trabalhos em novelas como “Os Gigantes”; “Marina”; “Baila Comigo”; “Elas Por Elas” e “Louco Amor”, todas na TV Globo, de onde nunca saiu para outra emissora na sua curta carreira.

Em 1982, ao lado de Lucélia Santos e Miguel Falabella, Lauro Corona fez sua estreia no cinema no filme “O Sonho Não Acabou”, de Sérgio Rezende, em uma grande interpretação que o levou, dois anos depois, a realizar “Bete Balanço, de Lael Rodrigues, um grande sucesso de bilheteria ao lado de Débora Bloch.

O sucesso nas novelas e no cinema o levou também à experiência de apresentar programas e assim esteve ao lado de Carla Camurati no especial “Cometa Loucura”, exibido aos domingos pela TV Globo, no início dos anos 80 e, posteriormente, no “Globo de Ouro”, outro sucesso de audiência da emissora.

Também chegou a gravar um disco nessa época e não deixava de participar das grandes produções de dramaturgia da emissora onde fez ainda as novelas “Corpo a Corpo”; “Vereda Tropical” e “Direito de Amar”, além da minissérie “Memórias de um Gigolô”, grande sucesso de público e de crítica ao lado de Ney Latorraca e Bruna Lombardi.

Em 1988, ao começar a gravar a novela “Vida Nova”, Lauro Corona descobriu que sua saúde estava muito frágil e os exames acusaram que ele era portador do vírus da AIDS. O ator nunca se assumiu como homossexual e nem admitiu ter contraído a doença, afirmando que era vítima de algumas doenças oportunistas como miocardite e insuficiência renal.

Lauro quase não conseguiu terminar de gravar a novela, onde tinha um dos principais personagens masculinos, em função do agravamento do seu estado de saúde. E morreu muito jovem, com apenas 32 anos de idade, internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, mas deixando um legado como um dos melhores atores da sua geração tanto na televisão como no cinema.

 

Foto 1 - Lauro Corona estreou em novelas em "Dancin' Days" de 1978

Foto 2 - Lauro e Glória Pires, o casal jovem revelação de "Dancin' Days"

Foto 3 - O ator entre Beatriz Segall e Glória Pires em cena de "Dancin' Days"

Foto 4 - Com Denise Dumont como o galã das 18 horas na novela "Marina

"Foto 5 - Um grande momento do ator aconteceu em "Baila Comigo" de 1981

Foto 6 - Lauro Corona em cena da novela "Elas Por Elas", sucesso de 1982

Foto 7 - Com Tereza Raquel em cena da novela "Louco Amor" de 1983

Foto 8 - O ator também fez cinema e brilhou no sucesso de biheteria: "Bete Balanço"

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