Cultura - Educação

A televisão educativa?

23 de Março de 2016

*Ana Regina Caminha Braga

Por viver e estar conectada com a Educação Infantil, ando muito preocupada com as várias realidades da Televisão Brasileira. Um dia desses estava em casa, muito cansada e liguei a televisão. Na mesma hora me deparei com o Big Brother Brasil 16. Deixo claro que não tenho nada contra o programa, mas como educadora preciso ter uma linha de pensamento diferente, e dentro deste papel preciso orientar a comunidade.

Na verdade, fico pensando um pouco e vejo que nossas crianças chegam ao mundo e logo são apresentadas a uma “enxurrada” de inversão de valores. O que lutamos para construir dentro de casa e na escola, muitas vezes, a televisão consegue acabar em alguns minutos. No BBB 16, por exemplo, as pessoas podem expor suas vidas, fazer o certo ou muito o errado e mesmo assim podem ser premiadas, recebem uma boa remuneração pelos "ensinamentos".

 

O primeiro questionamento que me ocorreu disso tudo foi: Se meus sobrinhos assistirem esses programas como devo proceder? E se meu aluno chegar à escola e perguntar algo sobre? Sou a favor, como devo me posicionar? Particularmente, sentaria com a criança numa oportunidade para explicar a realidade e o objetivo desses programas. No entanto, não permitiria mais seu acesso a eles. Deixaria outros momentos para ela desenvolver suas habilidades, como uma atividade lúdica, que traga uma aprendizagem significativa para seu futuro como aluna, cidadã e responsável logo mais por suas atitudes.

 

O nosso papel em casa e na escola é orientar. Se os pais/responsáveis não estão em casa para acompanhar, e se há uma pessoa com as crianças é o momento de instruí-la, ou dizer pelo menos o que é permitido ou não. É bem mais fácil deixar a criança ligar a televisão e “esquecer do mundo”, pois assim ela fica quieta. No entanto, ela fica quieta e reflete sobre o que vê, faz conexões com a sua realidade, abstrai os pontos positivos ou negativos daquilo que visualiza? Estas são perguntas e reflexões importantes, pois como diz Içami Tiba: “Quem Ama, também Educa”.

 

De verdade, fico cada dia mais perplexa com a intenção das pessoas em chocar de qualquer maneira: positiva ou negativamente. E fico mais ainda, quando percebo que o negativo não mobiliza pessoas a filtrar essas informações que não acrescentam educativamente na vida das crianças. Por isso, deixo esta reflexão: O que você enquanto responsável pensa sobre isto e como orienta sua criança?

 

*Ana Regina Caminha Braga (anaregina_braga@hotmail.com) é escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar.

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