Colunistas - André Garcia

Avaliação Ducati Monster821

11 de Março de 2016

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Texto: André Garcia/ Fotos: André Garcia e Divulgação

Para experientes e inexperientes, esta Monstra pode sim ser adquirida por quem tinha uma 250/300cc

 

Sabe quando você fica encantando com algo? Poderia aqui elencar mais uma série de adjetivos: estupefato, admirado, maravilhado, boquiaberto, ... não importa, não conseguiria traduzir o tesão que é pilotar a Ducati Monster821.

Tem tanta coisa para falar, ainda assim ficaria difícil mensurar a satisfação que essa moto proporciona.

Antes de montar, aprecie a beleza desse Monstro, é sem dúvida na minha opinião a mais bela Monster já fabricada pela Ducati desde quando se iniciou a linha em 1992. A única diferença para sua irmã 1200 é a suspensão traseira convencional ao invés de monobraço.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eletrônica

Antes de falar da pilotagem, melhor explanar a tecnologia embarcada nessa moto, que na categoria das naked´s de média/alta cilindrada não tem concorrente com todo esse aparato que se traduz em maior segurança na pilotagem.

É possível você alterar o mapa de potência do motor e acredito que de torque, apesar de não confirmado pela Ducati, além do tempo de resposta no acelerador.

Ainda, você pode configurar o ABS em três níveis e o controle de tração DTC em 8 níveis, mas vou falar do “Default” que vem de fábrica.

No modo “Default” você pode configurar a Monster821 em:

- Urban/Low, ou seja, ela passa para 75cv, nível 3 no ABS e 6 no DTC;

- Touring/Med, ou seja, ela passa para 112cv, nível 2 no ABS e 4 no DTC;

- Sport/High, ou seja, entrega 112cv, nível 1 no ABS e 2 no DTC.

Ainda, de modo bem intuitivo você consegue mudar esses parâmetros para o seu gosto e habilidade, cheguei a usar o modo “Sport” no nível 1 ABS e 1 DTC e depois voltei para o “default”, talvez em uma pista/autódromo conseguiria sentir mais a diferença, mas em estrada: “pelo em ovo”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pilotando

Ao montar, você nota o conforto do banco, que tem dois posicionamentos, usei o mais alto, posição adequada com os braços relaxados, botões de punho todos em seus lugares e com bom toque, o que torna a pilotagem intuitiva e ao ligar, inicia-se o “hit desmodrômico” delicioso.

As pernas ficam bem encaixadas no belo tanque de 17,5 litros, todavia, apesar da posição das pedaleiras serem excelentes, no lado direito, quando com as ponta dos pés você bate na proteção do escapamento, além de que devido a curva do escapamento, o calor, em pilotagem urbana, vai incomodar um pouco a perna. Mas sinceramente, isso não deprecia em nada essa moto. Nada insuportável.

Saindo da Ducati a configuração estava no mapa “Urban/Low” e fiquei surpreso com a docilidade da Monster821, afinal nesta configuração o delay do acelerador é bem lerdo e o motor com 75cv.

Só para você ter uma ideia, a Scrambler também tem 75cv, mas na configuração “Low” a Monster se torna mais lenta em resposta, só se equipara se colocar no modo High.

Foi uma semana utilizando a Monster821 e como sempre falo para o pessoal da Ducati, é essencial o jornalista ficar pelo menos 7 dias com a moto para enriquecer ao máximo a opinião do produto.

Na cidade cheguei a usar o modo “default” Touring, mas o consumo aumenta e preferi usar o “Urban” mas no modo “High”.

A entrega de potência e torque é diferente, é bem notável, mas a Ducati não fala em números de torque, mas tenho certeza que no modo “Urban” esse número cai, porque a moto fica muito mansa, tão mansa que se você é novato ou tem pouca experiência, mas está louco de vontade de comprar uma moto de maior cilindrada...ahhhh meu amigo!!! Tá esperando o que?!?!? Vai com fé! Seja honesto, e usa o mapeamento de menor potência e conforme vá se habituando com a moto, você vai alterando sua configuração.

Ainda na pilotagem urbana, o que pode incomodar um pouco é a largura do guidão, todavia, não mexeria, porque se traduz em conforto e menos esforço para manobrabilidade e pouco esterçamento, mas confesso que não passei nenhum perrengue, no trânsito o piloto tem que ir calculando e pensando o que vai fazer. Como digo em quase todo texto, o nosso problema é a largura das faixas de rolamento, que se fosse no padrão de 3,50metros não teria qualquer problema.

 

Na rodovia é o habitat desse Monstro, que tesão de moto!

Fui até Socorro, sem garupa, pela Fernão Dias e voltei por Lindóia, Serra Negra, Morungaba, Itatiba, Anhanguera, São Paulo e pude constatar em mais de 300 curvas que essa moto é simplesmente espetacular: a pilotagem é fácil, onde você aponta ela vai como em trilhos, sua ciclística: chassi, amortecedores (apesar de simples e sem possibilidade de regulagem na dianteira) e pneus Pirelli Diablo Rosso II estão bem casados. Essa Monster, propicia a pilotagem tranquila, ereta ou em uma posição mais esportiva sem a necessidade de qualquer alteração na moto.

Em todo trecho de curva, já que estava em fase de amaciamento, não exigi muito do motor, atingindo alta rotação, houve trechos que fiz tanto no modo “Sport” quanto no “Touring” em 3ª marcha não ultrapassando os 6000RPM e não faltava nada, o comportamento é neutro...torque e potência em abundância.

O motor de 112cv a 9250RPM e torque de 9,1kgfm a 7750RPM, seu tempo de resposta muda quando vai para o modo “Sport” aí, ela vira o capeta e quer ser acelerada e não existe “Delay” no acelerador...pensou ela responde.

A grande diferença do modo “Sport” para “Touring” além do tempo de resposta do acelerador, já que “default” o “sport” está em “high” e o “Touring” em “med” é a entrega de potência de forma mais linear no “Touring” ao invés do coice no “Sport”, mHighesmo quando o “Touring” está em “High”.

Há quem discorde, mas depois de notado essas diferenças, o modo ‘Touring” foi o mais utilizado.

E o modo “default” deixado pela Ducati é o mais indicado, salvo no modo “Urban” que deixaria no “med” para o uso diário.

Para quem só pode ter uma moto, a Monster821, também se mostra uma excelente companheira para um Track Day, infelizmente não consegui leva-la para pista, mas, com certeza, é lá que o modo “Sport” deve ser usado.

Uma dica: se tiver que pegar trecho de terra, com fiz para chegar em um restaurante em Socorro para comemorar o aniversário do amigo Luciano Peixoto, passe para o modo “Urban/Low”, não é necessário desligar toda eletrônica.

 

Garupa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para levar garupa, basta você tirar o banco e com uma chave “allen” que vem no pacote de ferramentas, tirar a capa. Muito simples, fácil e tranquilo tirar e depois colocar, infinitamente melhor que na Monster 796 que era um desastre.

Minha garupa elogiou o conforto, gostou do banco, mas depois que a esposa acostuma com a posição de BigTrail fica difícil um elogio eloquente, todavia, para uma naked, ela gostou bastante ao contrário, por exemplo da MT09 que ela não aprovou.

Foi um passeio de pouco mais de 120km e não teve reclamação que merecesse relato.

Se acertar a suspensão traseira fosse mais fácil, certamente eu teria deixado mais duro para meu gosto.

 

Painel

A leitura do painel durante o dia não é dos melhores, já durante a noite é perfeito.

Não entendo um baita painel lindo, cheio de informações não ter marcador de combustível e de marcha engatada, que seriam bem-vindos.

Todas as informações são possíveis visualizar com um toque no botão do punho esquerdo, muito fácil e intuitivo: relógio, odômetros total, dois parciais e quando entra na reserva, consumo médio e instantâneo, temperatura externa e do motor, atuação do ABS e DTC, configuração ou mapeamento do motor, além do velocímetro e conta-giros tudo digital.

 

Freios

Poderosos!

Tanto a potência como a progressividade são perfeitos! O sistema ABS não é intrusivo em qualquer dos modos utilizados. Eles, verdadeiramente, entram em ação quando a coisa está feia.

Brembo com pinças monobloco de quatro pistões e fixação radial em dois discos de 320mm na dianteira e disco simples, pinça de 2 pistões na traseira com o mais avançado ABS da Bosch.

 

 

Por fim

Poderia aqui elencar mais um monte de detalhes técnicos, falar do motor Testastretta, mas vamos ao ponto.

É uma moto para se pensar: vibração não incomoda, a Ducati trabalhou bem isso, em qualquer faixa de rotação, em momento algum, mãos ou pés ficaram dormentes, diria que você sente um pulsar desmodrômico. A título de comparação você sente bem mais a vibração na BMW F800R a ponto de incomodar as mãos.

Seja na cidade ou na rodovia, em qualquer modo de mapa, a moto entrega com muita competência. 

É econômica, consegui para um motor de mais de 800cc, médias de consumo, realmente muito satisfatórios de 16 a 22km/l e dá para melhorar, já que peguei 0km e entreguei já para a 1ª revisão.

Preço? Considerando o dólar, os produtos da concorrência, a Monster821 na faixa de R$ 43.000,00 por tudo que oferece de tecnologia embarcada, com DTC, ABS e mapeamento que a transforma em 2 motos diferentes com 75cv para iniciante ou com 112cv para mais experientes...tenho que dar o braço a torcer que é um baita custo X benefício. 

 

Ficha técnica e mais detalhes, acesse:

http://www.brasil.ducati.com/motos/monster/monster_821/2014/tech_spec.do

 

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