Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA - DINA SFAT

9 de Março de 2016

 (28/08/1939 – 20/03/1989)

 

Atriz que fez história na TV e no cinema

 

A paulista Dina Kutner de Sousa, filha de judeus polacos, sempre sonhou com os palcos e em ser uma grande artista. E a estréia nos palcos aconteceu em 1962 quando ela fez o espetáculo “Antígone América”, dirigida por Antonio Abujamra.

De lá Dina foi para o Teatro de Arena onde atuou em grandes espetáculos como “Os Fuzis da Senhora Carrar” e “Arena Conta Zumbi”, mudou o nome artístico para Dina Sfat e conheceu o marido Paulo José, seu marido por 17 anos, e pai de suas três filhas: Isabel, Ana e Clara.

A estréia no cinema foi em 1966 no filme “O Corpo Ardente” de Wálter Hugo Khouri, com quem depois na década de 80 ela faria também “Eros, o Deus do Amor”. Participou de 20 filmes, muitos deles grandes sucessos de público e crítica como “Edu, Coração de Ouro”; “Macunaíma”; “A Culpa”; “Tati, a Garota”; “Álbum de Família”; “Das Tripas Coração” e “O Homem do Pau Brasil”.

Também no teatro Dina Sfat fez muito sucesso nos palcos cariocas e paulistas ganhando prêmios como o Governador do Estado de melhor atriz e participando de montagens inesquecíveis como “Arena Conta Zumbi”; “O Rei da Vela” e “Heda Gabler”, entre muitas outras.

A estréia na televisão aconteceu em 1966, na TV Tupi, na novela “Ciúme” e ainda na emissora paulista participou de “O Amor Tem Cara de Mulher” e “A Intrusa”. Ainda em São Paulo, na TV Excelsior, participou de “Os Fantoches” de Ivani Ribeiro.

Foi para a TV Globo em 1969, onde estrelou “Verão Vermelho” de Dias Gomes, a primeira novela do horário das 22 horas, ao lado de Jardel Filho e Paulo Goulart. A partir daí se tornou uma das principais estrelas da casa e uma das mais queridas do público ao interpretar a Helô de “Assim na Terra Como no Céu” e a Fernanda de “Selva de Pedra”, papel que lhe rendeu vários prêmios como melhor atriz de televisão em 1972.

Entre novelas, minisséries e séries de TV, Dina Sfat esteve em 25 produções e tornou ainda outros papéis inesquecíveis como a Chica Martins de “Fogo Sobre Terra”; a Zarolha de “Gabriela”; a Risoleta de “Saramandaia”; a Amanda de “O Astro”; a Paloma de “Os Gigantes”  e a Eleusina da minissérie “Rabo de Saia”.

Dina Sfat deixou um grande legado como atriz e das três filhas com Paulo José, duas seguiram a carreira dos pais: Bel Kutner e Ana Kutner, ambas usando o sobrenome da mãe.

Uma grande guerreira, Dina descobriu um câncer de mama em 1986, mas nem por isso deixou de trabalhar, embora tivesse rejeitado inicialmente tratamentos mais drásticos e optado por homeopatia.

Nos seus últimos anos de vida participou de um documentário na União Soviética sobre a Perestroika e escreveu um livro sobre sua vida e a luta contra o câncer chamado “Dina Sfat – Palmas Prá Que Te Quero” em parceria com a jornalista Mara Caballero.

A última novela que fez, já com muita dificuldade por causa das dores e do tratamento contra o câncer, foi “Bebê a Bordo” em 1988, onde contracenava com Tony Ramos, Isabela Garcia e Ary Fontoura. Também nesse tempo fez o último filme, “O Judeu”, que só foi lançado em circuito nacional dois anos após a sua morte.

Dina Sfat nos deixou muito jovem, com apenas 49 anos de idade, mas foi uma das mais atuantes e representativas atrizes da nossa televisão e das nossas novelas.

Foto 1 - Dina Sfat e Paulo José no final dos anos 60 no cinema nacional

Foto 2 - Dina Sfat e Paulo José foram casados durante 17 anos e tiveram 3 filhas

Foto 3 - Um grande momento como Fernanda em "Selva de Pedra" de 1972

Foto 4 - "Macunaíma" foi um dos seus melhores trabalhos no cinema 

Foto 5 -  Outro trabalho marcante como Chica Martins em "Fogo Sobre Terra"

Foto 6 - Dina Sfat foi a Zarolha na versão original de "Gabriela" em 1975

Foto 7 - Com Tarcísio Meira e Francisco Cuoco em "Os Gigantes", na TV Globo

Foto 8 - Dina Sfat em cena de "O Astro" de Janete Clair em 1977

Foto 9 - Dina com as filhas mais velhas na década de 80

Foto 10 - Ela foi uma das principais estrelas da Globo. Aqui em "Avenida Paulista"

 

 

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