Cultura - Teatro

DOIDA Teuda Bara e Admar Fernandes

22 de Fevereiro de 2016

Direção: Inês Peixoto

 

TEMPORADA DE ESTREIA - SÃO PAULO (SP)

 

26 de fevereiro a 20 de março de 2016

Sextas e Sábados - 21h | Domingos - 18h

Sesc Santana (Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Jd. São Paulo)

+INFO.: (11) 2971 8700

Recomendação etária: 12 ANOS

Duração: 60 minutos.

 

Ingressos de R$9 e R$30

Capacidade do teatro: 330 lugares.

 

 

Funcionamento da bilheteria do Sesc Santana – de terça a sábado, das 9h às 21h e aos domingos, das 10h às 18h. Aceitam-se cheque, cartões de crédito (Visa, Mastercard, Diners Club International e American Express) e débito (Visa Electron, Mastercard Electronic, Maestro, Redeshop e Cheque Eletrônico). Ingressos podem ser adquiridos em todas as unidades do Sesc.

 

Acesso para deficientes – estacionamento – ar condicionado.

Estacionamento - R$5,50 a R$11 período do espetáculo.

Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220 ou acesse o portal sescsp.org.br

 

*A apresentação do dia 13/03 contará com serviço de audiodescrição.

 

LANÇAMENTO DO LIVRO

 

“Teuda Bara – Comunista demais para ser Chacrete”

Autor: João Santos

 

Bate-papo com o autor, a atriz Teuda Bara e a atriz e diretora Inês Peixoto

 

Dia 5 de março de 2016 (Sábado), das 16h às 17h30

+INFO.: (11) 2971 8700

Recomendação etária:  12 ANOS

Grátis. Vagas limitadas.

O lançamento e as apresentações, a partir do dia 4 de março, integram o projeto 'De|generadas' que discute o feminismo no Sesc Santana em suas diversas vertentes, por meio de ciclos de conversas, mostra de performances, apresentações de dança, cinema e uma feira de produtos.

 

DOIDA: Teuda Bara divide a cena, pela primeira vez, com o filho Admar Fernandes

·         Atriz foi dirigida por Inês Peixoto no espetáculo inspirado em obras de Drummond

·         Perfil biográfico sobre Teuda será lançado durante temporada no Sesc Santana

 

“Doida” é um projeto pessoal acalentado pela atriz Teuda Bara há mais de 10 anos. Percebendo, em 2015, a possibilidade real de montar o espetáculo, ela convidou Inês Peixoto, colega de Grupo Galpão, para dirigir o trabalho em que atua ao lado do filho mais novo, Admar Fernandes.

Com inspiração na obra de Carlos Drummond de Andrade, o espetáculo foi concebido para espaços alternativos e pequenos teatros, prezando a proximidade dos atores com a platéia.

Comemorando quatro décadas de carreira, a atriz Teuda Bara é uma das fundadoras do Grupo Galpão, sendo conhecida por, além de sua trajetória no teatro, pelos trabalhos no cinema e na TV (como a recente participação na novela “Meu Pedacinho de Chão”). “Doida” é uma montagem intimista, que trará uma rara oportunidade de ver Teuda com uma proximidade reveladora de sutilezas, poesia e sensibilidade em sua performance.

 

DOIDA - SINOPSE:

Toda manhã os meninos desciam para tomar banho no riacho e pegar passarinho. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. Assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela casinha, miravam as vidraças e lascavam uma pedra. E a Doida respondia furiosa.

Toda cidade tem seus doidos. Quase toda família os tem. “Doida” é uma visita do espírito de Minas à loucura. O outro lado, para além das paredes desgastadas daquela casa que, apesar dos ares de abandono, é ainda habitada. Mas quem a habita, e quais são seus hábitos? Doidos são também anjos tortos, podendo revelar outras realidades, e nos convidando para o lado gauche da vida.

 

A DIREÇÃO

Um trabalho artesanal. Colega de Teuda no Grupo Galpão há mais de duas décadas, Inês Peixoto assina a direção de “Doida”. O processo que deu origem à peça foi baseado na cumplicidade da diretora com os atores.

Respeitando sempre o ritmo de trabalho e as intenções de Teuda, Inês guiou o trabalho partindo da vontade de contar a história dessa personagem, mulher, marginalizada pela sociedade, mas com um olhar sobre a loucura que não pendesse para a densidade trágica e nem, tampouco, para o deboche. A “Doida”, que nasce embalada pelas mãos de Inês, viaja para o interior de Minas, bebendo de Fellini e Elvis Presley, numa construção lírica, sem perder a profundidade.

Colocando Teuda no centro da montagem, Inês amarrou o trabalho de toda equipe artística do espetáculo: Admar Fernandes, que atua e também assina a trilha sonora, do estreante João Santos, que assina a dramaturgia , do cenógrafo Daniel Ducato, do iluminador Rodrigo Marçal além de todos os parceiros técnicos e equipe de produção.

 

O TEXTO

O poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade foi também um grande contista. De sua obra surgiu a primeira inspiração para a Doida.

A dramaturgia do espetáculo, primeiro trabalho para teatro do escritor João Santos, foi realizada em processo e mergulha, não apenas na obra em prosa e verso de Drummond, mas também em relatos de personagens célebres Stela do Patrocínio, Arthur Bispo do Rosário, Sinhá Olympia e os internos da colônia de Barbacena. A própria atriz foi fonte de pesquisa e inspiração: as histórias de vida de Teuda e, especialmente, das mulheres de sua família, seguem trajetórias de transgressão e subversão que, tantas vezes, se confundiram (e se confundem) com a loucura.  O texto cria uma prosa delirante, assumida como discurso da personagem. Religião, culpa e sexualidade se fazem presentes na voz da Doida, por vezes de forma trágica, por vezes cômica ou lírica mas, quase sempre, num limite entre todas estas intenções.

 

 

MÚSICA E DIÁLOGOS

Costurando a narrativa, Admar Fernandes faz às vezes do personagem do menino que ousa dialogar com a Doida da cidade e, também, do narrador da história. Um pequeno Drummond/João Gilberto que resgata memórias transformadoras, seja a partir da poesia ou da música, que o ator também executa ao vivo.

Compositor e músico, além de ator, Admar Fernandes segue os passos da mãe na carreira artística há mais de quinze anos. Pela primeira vez os dois dividem a cena e, além de contracenar com Teuda, Admar assina toda a trilha sonora do espetáculo, que executa ao vivo.

O trabalho musical de “Doida” mescla elementos acústicos e eletrônicos. A sonoplastia foi desenvolvida para remeter a um cenário bucólico, interiorano, das Minas Gerais de Drummond. Além de paisagens sonoras Admar é ainda o maestro que dita as melodias dos sonhos e delírios deste ensaio poético sobre a loucura e o feminino.

 

 

DOIDA  - EQUIPE ARTÍSTICA E TÉCNICA
 

com Teuda Bara e Admar Fernandes

Direção: Inês Peixoto
Dramaturgia: João Santos
Concepção de Cenário e Adereços: Daniel Ducato e Inês Peixoto
Figurino: Paulo André
Iluminação: Rodrigo Marçal (Brow)
Trilha Sonora e Operação: Admar Fernandes
Coordenação de Produção: V5 Produção

Produção executiva: Natálha Abreu

Comunicação local: Pombo Correio
Assessoria de Design Sonoro: Vinícius Alves
Confecção de Cenário e Adereços: Daniel Ducato, Helvécio Izabel
Assistência Confecção Adereços: William Telles
Assistência Confecção Figurino: Dona Nivea

Assistência Técnica em Iluminação: Cláudio Cabral

 

 

COMUNISTA DEMAIS PARA SER CHACRETE

Teuda Magalhães Fernandes, baleia, dona doida, a gordinha, a ama, a vadia e a mãe, maconheira, hippie, bruxa – Teuda Bara é uma atriz mineira. Essa senhora, que acaba de completar 75 anos de idade, é folclore em Belo Horizonte. Em 1973, Teuda largou a vida suburbana e o destino de boa noiva, boa esposa, para ingressar na Universidade Federal de Minas Gerais num antro de desbunde e contra-cultura. Ela já era uma mulher adulta, mas livre. Em 1982, quarentona, mãe de 2 filhos pequenos, ela se junta a uma molecada de 20 e funda o Galpão. Livre. Em 2004, quando o Grupo já era um dos mais respeitados do Brasil, mundialmente reconhecido, Teuda, com mais de 65 anos e mais de 100 quilos, mais uma vez larga tudo e, sem falar uma palavra de inglês ou francês, torna-se integrante do Cirque Du Soleil, a maior Cia. circense do mundo. Lá, é aplaudida de pé, ganha dinheiro, perde dinheiro, cresce saudade, rompe contratos e volta. Livre e louca. Sempre. Volta para o Galpão e para a cidade que viu crescer e com a qual cresceu.

“Teuda Bara – Comunista demais para ser Chacrete” é, mais que um perfil biográfico assinada pelo escritor e jornalista João Santos. Uma homenagem, um tributo e um aplauso a uma mulher e uma geração que teve (e tem) a coragem de romper com paradigmas, preconceitos e padrões. Não é uma biografia careta, nem poderia ser. Convoca a voz da própria, exímia contadora de casos, intercalada com trechos em terceira pessoa, para tentar capturar a essência da transgressão colorida e alegre dessa mulher.

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