Colunistas - André Garcia

Avaliação Yamaha MT 09

18 de Fevereiro de 2016

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MT –Master Torque ou Muito Tesão!!

 

Antes um agradecimento ao Santo Feltrin, lenda viva do motociclismo brasileiro, e Tyson, da Concessionária Feltrin Motos na av. Santo Amaro, pelo acerto na suspensão, voltando ao “default” de fábrica, já que estava com acerto de pista e na cidade/rodovia estava horrível. A moto mudou da água para o vinho. Já começo com uma dica: dê seu feedback de pilotagem ao mecânico de confiança ou para quem sabe acertar a suspensão. Parece simples, mas não é!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Começo aqui fazendo uma afirmação: a MT09 não é para principiante!

 

Por mais que se traduza em um conceito inovador onde se combinam elementos esportivo, de naked e de motard, unindo a leveza de um chassi de alumínio, centralização de massa, pneus esportivos, assento estreito, com um motor que une o melhor dos dois mundos, enche rápido feito um dois cilindros e dá performance de 4 cilindros MAS em 3 cilindros e ai é o ponto: ela é arisca, selvagem, bruta, apaixonante porque está tudo integrado a uma aceleração forte contundente mas linear, ágil, de dirigibilidade impecável no trânsito pesado de São Paulo ou nas retas e curvas de qualquer serra.

 

Parada você contempla sua beleza e sejamos sinceros o chassi em alumínio é uma obra de arte, assim como era da minha FZ6, por mais que enumere, é melhor você ir ver pessoalmente com o olhar aguçado, senão o texto fica chato. A Yamaha sempre foi e continua sendo diferenciada em acabamento em relação as outras japas´s da concorrência, um degrau acima, sem dúvida. O chassi, em formato diamante e a balança traseira também em alumínio. Outros componentes da MT-09 foram projetados para colaborar com a redução de peso, como a tampa do cabeçote produzida em magnésio e sistemas compactos, como o do respiro integrado à tampa de válvulas – mais próximo do filtro de ar – que permite uma grande redução no sistema de mangueiras e tubos de passagens, por exemplo.

Ao sentar, de cara o piloto sente a boa ergonomia, banco estreito e confortável, belo painel digital deslocado a direita, mas achei que os punhos e botões sofreram uma “Hondanização”, explico: muito simples para o modelo, longe do que era oferecido na FZ6, por exemplo, mas quase todos em seus lugares e bom tato. Quase todos, porque não sei o que passa na cabeça de alguns projetistas, talvez lusitanos, em mudar o botão de buzina, tira a ergonomia e faz o piloto ficar perdido na hora que necessita das setas ou da buzina e a seta de emergência devia ser no punho esquerdo como é em 99% das motos comercializas no mundo e não na direita onde está o acelerador. Em um momento de frenagem de emergência, você fecha o acelerador, inicia a frenagem e a mão esquerda pode acionar o botão de seta de emergência, a mão direita está bem ocupada e num ato que depende acelerar, idem...capit?!?!

 

Mas ao ligar, vem a sinfonia, ronco forte encorpado, bem verdade que lembra as motos inglesas, mas ao sair: embreagem macia, câmbio bem escalonado e você nota o quanto é fácil pilotar a MT09, o grande tesão que é essa moto, mas ela logo avisa que é bruta, especialmente se tiver no modo “A” ou “STD”.

 

Explico: A Yamaha desenvolveu uma tecnologia que denomina “D-Mode” ou “Drive Mode” onde por meio de um botão você seleciona três opções: STD, A e B a serem escolhidos de acordo com o estilo de tocada do piloto:

 

•STD: Opção que cobre várias situações de pilotagem, entregando torque firme e contínuo tanto de baixas a altas velocidades; 

•A: Mais agressivo do que o modo STD, entrega resposta contundente;

•B: Brando, se comparado ao STD, este modo proporciona uma pilotagem mais moderada.

 

Na “B” você sente nitidamente o acelerador mais pesado, o “delay” aumenta e só usaria na chuva, apesar que mesmo com a chuva que enfrentei em rodovia, não mudei e mantive o “STD”.

 

No “STD” em relação ao “A” há um pelo em ovo de “delay” mas a resposta é bem linear e foi a que mais utilizei no trecho urbano.

 

Agora no “A”, meu amigo...ela responde só com a força do pensamento, é bruta!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Note que em nenhuma delas, se diminui a potência de 115cv a 10.000RPM ou o torque de 8,92Kgfm a 8500RPM, que segundo o fabricante já disponibiliza cerca de 80% do torque a 1500RPM em um motor de três cilindros, quatro tempos DOHC e doze válvulas com o conceito “Synchronized Performance Bike”, ou seja, performance em sincronia com a vontade do piloto, que conta ainda, com a tecnologia vinda da MOTOGP “Crossplane” que se traduz em menor vibração, algo muito latente em todos os produtos Yamaha, devido ao eixo balanceador, enfim: muita potência e torque de forma linear gerando menor desgaste das peças.

A tudo isso, soma-se o baixo peso de 191kg em ordem de marcha. 

Peguei um dia e fui visitar meu amigo do off-road Luciano Peixoto em Socorro, fui pela Fernão Dias e voltei por Lindoia, Serra Negra, Amparo, Morungaba, Itatiba...foram mais de 300 curvas e Deus do céu...que moto!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A MT09 não é Master Torque, dou outra tradução: Muito Tesão! Sabe aquele lance do tesão que depois que passa, o corpo recebe um banho de endorfina, pois é, assim que você se sente depois de pilotar a 09 em um trecho que é o verdadeiro habitat dessa moto. Não falta motor em momento algum e aí, vem o lance da experiência, ela adora empinar quando você mete a mão. Ela empina em 1ª quando você sai da inércia, se sair forte, em 2ª em uma retomada e pasmem...em 3ª, tudo no modo “A” ou “STD”. É impressionante!

 

Faz muita curva, parece estar em trilhos, você olha o ponto e ela vai, nem parece que seja necessário determinar para onde quer ir, parece que ela lê seu pensamento, é instintiva, poucas máquinas proporciona uma ligação tão forte com o piloto, parece que o conjunto (moto+piloto) se tornam uma só máquina.

 

Na minha MT09 daria um jeito de mudar o punho esquerdo para o da FZ6 e trocaria os pneus. Não que sejam ruins, mas tiraria o Bridgestone e colocaria Pirelli Diablo Rosso.

 

Na cidade ela é esquia, passa fácil pelos corredores e naquelas manobras em “Z" que vez por outra é necessário fazer entre carros parados. Em corredores fora do padrão mundial de 3,50 metros de largura ela até pode enroscar, mas, nos trambolhos SUV´s.

 

Em longas viagens ela é uma delícia, sobra motor, e não vale falar da proteção, ela é uma naked, adoro o estilo e depende muito do capacete que vai usar (leia depois da ficha técnica), talvez a poupança avise os longos trajetos, mas uma parada para café e abastecimento, o piloto já está zerado e para isso a Yamaha lançou sua irmã Tracer.

 

Autonomia? O tanque tem 14 litros e depende da mão direita, fiz como pior média 15,5Km/l e melhor média perto dos 22km/l, ou seja, em uma tocada razoável você consegue percorrer 250km, com média perto dos 18Km/l e bem fácil fazer com boa gasolina. Dentro do que as normas de Segurança pedem: parar a cada 200km para hidratação e alongamento. O resto é balela!

 

Apesar das boas suspensões: na traseira do tipo Monocross com link, e 130 mm de curso de roda. O amortecedor é posicionado em alinhamento quase horizontal. Essa posição única contribui com a centralização de massa e uma estrutura mais estreita. E na dianteira é do tipo upside-down(invertida), com 41 mm de diâmetro interno e curso de 137mm. Esse conjunto garante uma pilotagem mais confortável em pisos irregulares, estradas ou curvas sinuosas. Seu assento em dois níveis também oferece, tanto ao piloto quanto à garupa, jornadas mais agradáveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mas, as garupas de casa não aprovaram a garupa da MT09. O banco duro e a posição de “rã” devido a posição das pedaleiras foram unanimes. É moto para andar sozinho ou uma recente namorada louco de amor por você, vai achar uma delícia.

 

Para parar sistema de freios ABS (Antilock Breaking System) de série, essa moto conta com dois discos flutuantes de 298mm e 4 pistões em cada pinça dianteira, e um disco de 245mm na traseira. Os pedais do freio e do câmbio são de alumínio forjado – mais leves e que garantem a rigidez do sistema, oferecendo um balanço ideal para melhor controle, todavia, achei que escorrega muito quando molhados. Na chuva que tomei, não senti a firmeza de quando está seco. Cheguei a passar produto desengordurante, tomei outra chuva e o problema persistiu.

 

O painel da MT-09 oferece boa leitura mesmo sendo totalmente digital, é completo e conta com indicadores de marcha, combustível, posição do D-mode, conta giros, hodômetro total e parcial, média de consumo, consumo de combustível instantâneo, contagem regressiva de Km em “reserva”, muito bem-vindo, temperatura da água do radiador e temperatura do ar de admissão. 

 

O farol é multi-refletor e a lanterna composta por lâmpadas de LED que trazem mais leveza e modernidade ao conjunto, dando conta do recado, especialmente na pilotagem noturna.

 

Conversei com dois proprietários da MT-09 que passaram o seguinte feedback:

Para Pedro Gama, Rio de Janeiro/RJ, Tabelião, 52 anos, 34 anos de habilitação, 40 de moto: “ Não é moto para iniciantes, relação peso/potência (torque) MUITO exagerada. Consumo... não tenho dados para avaliar, nunca olho para odômetro, mas me pareceu de pouco gasto... até porque o tanque é pequeno. Conforto... sou pesado, então acho que o banco confort será necessário. Para tiros curtos não incomoda, mas para longa distâncias, o que não pretendo fazer com ela nunca (para isto tenho outra moto), me parece inviável para pessoas mais pesadas... e para os leves também. Suspensão: A Yamaha entrega ela toda "molinha" para dar a impressão de conforto. MUITA atenção aos modos de pilotagem, em B ela é uma sonsa, em STD ela fica violenta acima de 6000 giros e em A... Deus me livre, é um cavalho chucro e raivoso... em só ando no A”.

 

Segundo Silvio Henrique da Silva de Cascavel/PR, 9 anos de habilitação, afirma: “Eu particularmente estou achando a melhor naked que já tive (xj. Gsr). Hoje minha está com 8200km. Consumo eu acho que bebe muito, a minha está remapeada, na estrada andando 120/150 fez 15km/l de média, por estar remapeada eu sinto muito diferença entre os mapas principalmente entre A e B. Ainda não fiz nenhuma revisão mas quando precisei da concessionária foram muito prestativos, sem nenhuma reclamação.

Pontos negativos fora consumo. Amortecedor muito ruim, tanto dianteiro quanto traseiro muito mole, mesmo todas as reguladas no mais duro tanto dianteiro e traseiro fica mole. Os punhos acho muito simples e posições dos comandos (botões) muito horrível, principalmente buzina e partida. “

 

É bom lembrar que o Silvio saiu de uma esportiva italiana, por isso talvez ache a suspensão mole, eu não achei.

 

O acerto de suspensão de fábrica privilegia o conforto, mas em uma tocada esportiva por serras em rodovia, não é necessário mexer, dá conta do recado tranquilamente.

 

A moto é uma delícia e o MT é sim de Muito Tesão: desempenho em baixa, média ou alta rotação, leveza, manobrabilidade, econômica se o piloto quiser.

 

E a Yamaha está com promoção onde dá 1 ano de seguro grátis. Está esperando o que??

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ficha Técnica

 

Peso e Dimensões:

Comprimento Total: 2.075mm

Largura Total: 815mm

Altura Total: 1.135mm

Altura do assento: 815mm

Distância entre-eixos: 1.440mm

Altura Mínima do solo: 135mm

Peso em Ordem de Marcha: 191Kg

Raio mínimo de giro: 3.037mm

 

Motor:

Refrigeração líquida, 4 Tempos, DOHC, 12 válvulas

Cilindros: 3 Cilindros em linha

Cilindrada: 847cm3

Diâmetro X Curso: 78.0mm×59.1mm

Taxa de Compressão: 11.5 ? 1

Potência Máxima: 115cv @ 10.000 rpm

Torque Máximo: 8,92 kgf.m @ 8.500 rpm 

Tipo de partida: Elétrica

Sistema de Lubrificação: Cárter Úmido

Capacidade do Óleo do Motor: 3.4L

Tipo de Combustível: Gasolina

Capacidade do Tanque (reserva): 14L (2,8L)

Tipo de alimentação: Injeção Eletrônica

 

Transmissão:

Transmissão Primária: Engrenagens

Transmissão Secundária: Corrente

Tipo de Embreagem: Úmida, Multi-Disco

 

Chassis:

Tipo Diamante

Ângulo do Cáster: 25°00′

Curso: 103mm

Pneu Dianteiro: 120/70ZR17M/C (58W) (Tubeless)

Pneu Traseiro: 180/55ZR17M/C (73W) (Tubeless)

 

Freios com ABS de série:

Dianteiro Hidráulico, Disco Duplo: 298mm

Traseiro Hidráulico, 1 disco: 245mm

 

Suspensão Dianteira:

Garfo Telescópico, Invertido (Marca Kayaba) 

Diâmetro do tubo interno: 41mm

Curso da Roda: 137mm

 

Suspensão Traseira:

Balança Traseira em Alumínio, Monocross, com Link

Curso da Roda Traseira: 130mm

 

Painel Multifuncional:

·         Velocímetro

·         Conta Giros

·         Hodômetro Total

·         Hodômetros Parciais (1 e 2)

·         Hodômetro de Reserva de Combustível

·         Indicador de Combustível

·         Indicador de Economia

·         Consumo Instantâneo de Combustível

·         Consumo Médio de Combustível

·         Indicador de Marcha

·         Temperatura da Água

·         Temperatura do Ar de Admissão

·         Relógio

·         Indicador D-Mode

·         Visor do Controle de Luminosidade

 

 

Capacete: A Shark como todos sabem, tem um modelo para cada estilo de moto. Aqui o modelo ideal é o Speed-R, que infelizmente não usei (fiz uso de um Bell M4R Italiano) dado a falta de tempo hábil para liberação do produto, já que acertei a avaliação da MT-09 de última hora com a Yamaha me liberando rapidamente. Mas vale a dica. Acesse e conheça: http://www.winner-motors.com.br/?p=produtos&modelo=SPEED-R&categoria=Capacete

 

 

 

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