Cultura - Teatro

Primeiro Curto-Circuito dos Teatros Independentes

12 de Fevereiro de 2016

guia público pelo mapa teatral dos espaços da cidade.

Grupos apresentam cenas curtas sobre São Paulo

 

O projeto será aberto no Galpão do Folias e termina no Espaço dos Parlapatões, ambos no Centro de São Paulo, passando pelas zonas Norte (Refinaria Teatral),

Leste (Espaço Sankova), Sul (Encena) e Oeste (Viradalata e Teatro do Centro da Terra). Também na região central a programação (preço único de R$ 10,00) inclui o Teatro Ágora

Casarão do Belvedere e o Espaço da Cia da Revista. Entre outros objetivos, a ação quer reconectar as pessoas com o teatro realizado na cidade.

 

Depois do lançamento oficial, em setembro de 2015, quando apresentou a 1ª Cartografia dos Teatros de São Paulo e oPortal -, o Movimento dos Teatros Independentes de São Paulo (MOTIN) realiza a ação prática 1º Curto-Circuito dos Teatros Independentes de São Paulo entre os dias 15 de fevereiro de 2016 (segunda-feira, 20h) e 21 de fevereiro (domingo) em vários teatros (sedes de cias ligadas à organização) da cidade. Parceria com a Cooperativa Paulista de Teatro, a realização tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

 

A programação reúne mais de 20 grupos que irão apresentar cenas curtas em nove espaços teatrais das companhias participantes. A ideia é mostrar ao público onde estão alguns dos teatros independentes da cidade. A cada noite, cinco companhias apresentam blocos de 10 minutos no local estipulado. Haverá cinco minutos de pausa entre cada cena para troca de cenário e reorganização do palco. A temática que irá nortear as apresentações é a cidade de São Paulo. Ao todo, cada noite terá 70 minutos de programação e preço único de R$ 10,00. Entre as cias confirmadas estão: Teatro Ágora, Teatro do Centro da Terra, Grupo Redimunho, Teatro Ruth Escobar, Pequeno Ato, Grupo Refinaria Teatral, Espaço Cia da Revista, Galpão do Folias, Teatro da Rotina, Coletivo Cultural Sankofa, Teatro Viradalata,Teatro em Cena, Cia Teatro da Investigação (Casa do Belvedere), Eco Teatral, Galpão 101 (A Próxima Companhia), Espaço Parlapatões, Teatro Studio Heleny Guariba (Núcleo do 184) e Espaço Elevador.

 

“Vamos estimular a troca de diferentes artistas com diferentes linguagens, seguindo o princípio plural do MOTIN. Cada um dos blocos vai rodar espaços diferentes da cidade, promovendo intercâmbio entre público e artistas”, diz Pedro Granato, presidente do MOTIN.

 

Programação

A abertura acontece dia 15 de fevereiro, segunda-feira, às 20h, no Galpão do Folias (classificação - 14 anos para toda a programação). Haverá uma intervenção reunindo todos os artistas participantes como celebração da relação do teatro independente com São Paulo. Bandeiras do MOTIN serão ‘fincadas’ nos teatros independentes e banners com mapas dos teatros relacionados no Curto Circuito na entrada de cada espaço.

 

Na terça-feira, dia 16, as apresentações começam no Refinaria Teatral, na zona Norte da cidade. A proposta é levar luz para os espaços em diferentes regiões, por isso os integrantes do MOTIN consideramimportante começar fora do Centro. Dia 17, quarta-feira, as apresentações continuam no espaço Sankofa, na zona Leste. Quinta-feira, dia 18,é a vez do Encena na zona Sul, seguindo a lógica de descentralizar a programação.

 

Na sexta-feira, dia 19, haverá duas apresentações em espaços próximos, e o Curto-Circuito chega ao centro de São Paulo. Às 21h as apresentações acontecem no Ágora e à meia-noite no Casarão do Belvedere, que estão muito próximos. A ideia é permitir que o público se desloque a pé para conferir as duas programações.

 

No sábado é a vez da zona Oeste, com apresentações às 18h no Teatro Viradalata e às 21h no Teatro do Centro da Terra, que também estão próximos e permitem um deslocamento a pé. São dois teatros que podem receber um maior número de espectadores. Para encerrar a programação, volta-se ao Centro da cidade, primeiramente no Espaço da Cia. Da Revista. O fechamento se dá no Espaço Parlapatões, terminando a mostra em um espaço público simbólico para o teatro e a cidade,a Praça Roosevelt.

 

Em parceria com a Cooperativa Paulista de Teatro, a atividade visa o desenvolvimento cultural da cidade e a aproximação dos cidadãos. "Constitui?se também, e principalmente, como uma ação artística demilitância politica em defesa de espaços independentes com utilização pública", diz Celso Frateschi, fundador do MOTIN. Além disso, como primeira ação do MOTIN de 2016, o Curto Circuito divulgará suas próximas ações, sendo a mais importante delas a realização da Escola de Espectadores – projeto que vem sendo estudado desde o ano passado por meio dos encontros com Jorge Dubatti, pensador argentino e criador do conceito da Escola de Espectadores. O objetivo maior do evento concentra-se no público. A finalidade primeira do Curto-Circuito é reconectar as pessoas com o teatro realizado na cidade. Entre outras propostas, o MOTIN quer estão divulgar a programação de 2016 dos teatros independentes para o público em geral, fortalecer o movimento por meio da realização de ações práticas e lançar o começo da Escola de Espectadores (próxima ação prática do MOTIN).

 

Sobre o MOTIN

Nova expressão da organização dos teatros na cidade, o MOTIN é um movimento criado por teatros independentes de São Paulo que visa discutir sua atividade cultural pública e sua identidade frente a população. "As semelhanças nos aproximam e as diferenças nos unem. É um constante processo", conta Celso Frateschi, sobre o movimento que surgiu em meados de 2013, decorrente do encontro de um grupo de artistas-gestores de espaços culturais, principalmente dos pequenos teatros espalhados pela cidade.

 

O Movimento dos Teatros Independentes de São Paulo (MOTIN) foi criado formalmente no mês de setembro de 2015, com duas iniciativas importantes para a cultura na cidade: a 1ª Cartografia dos Teatros de São Paulo– estudo quantitativo  sobre teatros, levantando dados inéditos sobre os espaços voltados a artes cênicas na cidade – e o Portal doMOTIN – ferramenta online de divulgação de espetáculos dos teatros independentes, estabelecendo uma nova relação de comunicação dos teatros com seu público. A concretização de ambas as ações foram possíveis devido ao apoio e parceria com o poder público.

 

Locais de apresentação:

 

1.      Grupo Refinaria Teatral - R. João de Laet, 1507 - Vl Aurora – Z. Norte

2.      Coletivo Cultural Sankofa - R. Pangauá, 669 V. Ré - M. Patriarca - Z.Leste

3.      Teatro Encena - R. Sargento Stanislau Custódio, 130 - Vl Sônia – Z. Sul

4.      Casarão do Belvedere - R. Pedroso, 267 - CENTRO

5.      Galpão do Folias - R. Ana Cintra, 213 - Santa Cecília – Z.Oeste

6.      Espaço Cia da Revista - ?Al.  Nothmann, 1.135 - Santa Cecília - Centro

7.      Teatro Ágora - R. Rui Barbosa, 574 – Bela Vista - Centro

8.      Teatro Viradalata - R. Apinajés, 1387 - Perdizes - Z. Oeste

9.      Teatro do Centro da Terra - R. Piracuama, 19 – Perdizes – Z. Oeste

 

 

Sobre o MOTIN, por seus integrantes

 

Autônomos na captação de recursos e na forma de manutenção financeira das nossas sedes e companhias, não possuímos bandeiras promocionais vinculadas aos nomes dos nossos espaços. Somos independentes na curadoria da nossa programação, na gestão das nossas salas e na produção dos nossos conteúdos artísticos.

 

Somos agentes civis atuando espontaneamente na cultura que, no entanto, é território público. Arcamos com os custos de políticas de Estado, como meia-entrada e acessibilidade, sem contrapartidas para seu custeio. Sofremos com a valorização imobiliária, que pressiona nossos aluguéis ou nos desaloja de nossas sedes. Nossos espetáculos não são produtos industrializados feitos em série ou pré-determinados por pesquisas de opinião ou estratégias de marketing. São artesanais e únicos, com outra lógica de produção e comercialização. A demanda que suprimos, o Estado não tem conseguido atender.

 

Produzimos cultura autonomamente, mas na solidão da nossa luta por fazê-lo também nos isolamos. Diante dos novos dispositivos midiáticos, questionamos nossa real importância na sociedade. O Movimento busca uma auto reflexão mais abrangente. Na nossa procura por identidade, nos re-significamos. E, novamente, neste ato, estamos cumprindo nossa função social.

 

É na diversidade estética, ideológica e dos modos de produção desses pequenos espaços-laboratório, cada qual falando o dialeto da sua tribo e comunicando-se especificamente com seus públicos, que está o maior valor do nosso Movimento. No múltiplo vocabulário das diferenças. É na capilaridade do social que está a expressão mais viva da nossa arte. A diversidade é a riqueza cultural do Movimento.

 

Somos uma rede em formação. E, no ato de constituir esses vários fluxos e conexões, os “pequenos teatros” de São Paulo deixam de ser fenômenos quixotescos e isolados. Percebemos que existe uma lógica urbana, histórica e social mais abrangente que nos envolve. Os tempos mudaram e a força expressiva da nossa arte não está mais na realização de um grande sucesso isolado, suportado por ampla publicidade nos meios de comunicação de massa. Isso não mais existe. A expressão é a própria rede. É a nova mídia e o novo suporte midiático que nós queremos entender melhor. Por isso a necessidade de conhecermos com mais profundidade este momento histórico no qual, não por acaso, nós nos encontramos.

 

Para sabermos mais acerca de nós mesmos precisamos nos re-identificar. Fizemos a primeira cartografia dos nossos espaços, considerando seus territórios e atravessamentos no civil e no público, de modo a conhecermos nossas particularidades e nossas possibilidades de atuação artística, social e política. É o primeiro passo para nos debruçarmos sobre o que mais importa: o público. O MOTIN é uma organização em rede, sem hierarquia; é uma expressão da nossa época e uma iniciativa histórica dos artistas envolvidos. Busca ações duradouras e significativas para a cidade e, principalmente, entender a nossa relação com o público urbano do século XXI.

 

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