Cultura - Música

Hiato criativo também pode ser chamado de tendência...

28 de Novembro de 2015

Por Cau Marques

Boa semana amigos da música! Já tiveram a nítida impressão que todas as músicas nos últimos tempos são parecidas? Parece mesmo que estamos voltando para aquele período no final dos anos 90 onde não havia a menor diferença entre “Bonde do Tigrão” e “Tati Quebra Barraco”. A música e a moda são realmente cíclicas e são frequentemente revisitadas, porém, ao que parece, até as “cópias” estão sendo “copiadas”.

Mais uma vez não estou citando as exceções, mas sim as regras. Claro que existe a porcentagem de artistas criadores que usam suas influências como base e não “xerocam” boas ideias.

Os grandes hits das rádios e da internet seguem apenas o padrão do sucesso e não da qualidade e criatividade. Sofremos uma carência absurda de diversidade de estilos e isto se deve a alguns fatores comumente citados por críticos, estudiosos, conhecedores e amantes de música de uma maneira geral. Talvez o principal fator seja a falta de investimento em estilos menos executados, mas também a falta de insistência por parte de muitos artistas, que se dobram e acabam por fazer somente o “comercial” e não o que gostaria de verdade.

Não temos mais bandas de Rock ou Pop de grande destaque hoje em dia. O que vivemos agora é um período após a “sertanejalização”.  Talvez o termo a ser criado para a música brasileira hoje seja “arrochalização” ou ainda “forrolização”. É uma mistura de cantores que não cantam com bandas de Tecno-brega as quais outrora transformavam em arrocha, clássicos do rock e da música mundial. Digo outrora, porque agora eles têm musicas próprias, mas ainda fica muito difícil se diferenciar quem é quem e qual música é qual.

Não bastasse esta “hecatombe”artística, ainda temos que nos deparar com empresários e produtores que só mexiam com Pop ou Rock pedindo para seus artistas copiarem o que está na moda. Assim fica difícil voltar a diversidade.

Infelizmente, as influências não têm sido usadas com a sabedoria que poderiam ou deveriam. A língua portuguesa está sendo maltratada e, os ouvidos dos que gostam de boas melodias, está sendo condenado ao som de marimbas, tons, ton tons e Ron Ton Tons. O próprio sertanejo se perdeu no meio de tanto som de baixo e bateria.

Espero o dia em que as pessoas queiram de verdade  ouvir vários estilos diferentes e divulguem seus gostos para voltarmos a viver a pluralidade musical que nosso país merece. Estamos na entressafra de novidades e espero ansiosamente a volta dos variados estilos da música brasileira nas paradas de sucesso!

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