Colunistas - Rodolfo Bonventti

Era uma vez na TV: Sorry periferia, o fim de noite na TV era o espaço certo para Ibrahim Sued brilha

18 de Abril de 2012


Jornalista e colunista social, o carioca Ibrahim Sued (1924-1995), nasceu em uma família pobre de imigrantes árabes que vivia em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro. Cresceu na Tijuca, mas foi em Copacabana que se descobriu repórter fotográfico, realizando plantões em alguns jornais.

Muito bom papo e simpático, se tornou amigo de grandes figuras da noite carioca e fundou com Sérgio Porto, Carlinhos Niemeyer e Heleno de Freitas o conhecido "Clube dos Cafajestes". Em 1951, Ibrahim Sued passou a escrever a coluna "Zum-Zum" no jornal " A Vanguarda" e, em 1954, entrou para o jornal " O Globo", onde marcou época criando a coluna social mais lida durante as décadas seguintes.

O sucesso rápido o transformou em personalidade nacional e internacional e a estreia em televisão aconteceu ainda no final da década de 1950, na TV Rio, com o programa "Ibrahim Sued e Gente Bem". Daí ele foi para a TV Excelsior em 1962 para apresentar o "Jornal da Cidade" até chegar na Rede Globo, ainda na década de 1960, para comandar o "Ibrahim Sued Repórter", exibido de segunda a sexta-feira, às 22h.

O programa foi o precursor de vários outros que até hoje vemos nos finais de noite na nossa televisão, e era uma versão adaptada para a telinha da sua coluna diária no jornal "O Globo", pelo qual desfilavam as personalidades da sociedade, da política, do meio empresarial e artístico.

A dicção não era muito boa, mas aliada ao seu bom humor e a textos curtos e com notícias dadas em primeira mão, ajudaram-no a formar uma imagem que ficou por anos na memória de todos os telespectadores. Muitas dessas notícias ele lia, com total descontração, a partir de algumas anotações que fazia em um pequeno caderno azul.

Ibrahim Sued, assim como Chacrinha, ficou conhecido nacionalmente pelos vários bordões que criou, entre eles o "Ademã, que eu vou em frente", ou o "Sorry, periferia" ou até mesmo o "Olho vivo, que cavalo não desce escada".

O "Ibrahim Sued Repórter" ficou oito anos no final das noites da TV Globo e só terminou em 1974 em função da transmissão dos jogos da Copa do Mundo. A partir daí, ele passou a fazer parte do time de colunistas do programa "Fantástico", onde ficou por quase 10 anos.

E na próxima semana: uma cubana vira de cabeça para baixo a teledramaturgia brasileira.
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