Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA ROBERTO SANTOS

4 de Novembro de 2015

 (15/04/1928 – 03/05/1987)

 

Ele trouxe o neo-realismo para as telas nacionais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto 1 - Roberto Santos teve uma carreira brilhante no cinema 
Foto 2 - "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" com Leonardo Vilar e Mauricio
do Valle
Foto 3 -  Roberto Santos nas filmagens de "Um Anjo Mau" em 1971

Foto 4 -Joana Fomm foi a estrela do episódio dele em "Contos Eróticos" de
1977
Foto 5 - Bete Mendes e Helber Rangel no filme de Roberto Santos, "Amantes da
Chuva"
 

O diretor, produtor e roteirista Roberto Santos Pinhanez nasceu no bairro do Brás, em São Paulo, filho de um espanhol com uma filha de italianos. A família era ligada ao movimento anarquista e o fato do pai ter sido um bom fotógrafo, isso influenciou suas escolhas, primeiro pela Arquitetura e depois pelo cinema.

 

Na década de 50 abandonou a faculdade de Arquitetura e foi fazer um curso oferecido pelo Centro de Estudos Cinematográficos de São Paulo, mantido pela Prefeitura, onde teve como professor o cineasta Alberto Cavalcanti.

 

Lá Roberto Santos conheceu Nelson Pereira dos Santos e  Bráulio Pedroso, entre outros. Logo depois foi trabalhar nos estúdios da Multifilmes, e depois na Companhia Vera Cruz e na Brasil Filmes.


Iniciou a carreira como assistente de direção em “O Homem dos Papagaios” em 1953, e depois, na mesma função também esteve em “O Craque”; “Chamas no Cafezal” e “Paixão de Gaúcho”. Foi também roteirista de “Gimba, Presidente dos Valentes”; “Juliana do Amor Perdido”; “O Predileto”; “Ponto Final” e “Parada 88, Limite de Alerta”.

 

Roberto Santos também marcou seu nome no cinema nacional como roteirista e produtor executivo em “Bebel, Garota Propaganda” e “Asa Branca, Um Sonho Brasileiro”.

 

Seu primeiro longa metragem é até hoje um clássico do cinema brasileiro e um exemplo do neo-realismo europeu aplicado no cinema nacional: “O Grande Momento” de 1957, realizado nos estúdios da Maristela, em regime de mutirão, com Gianfrancesco Guarnieri e Paulo Goulart no elenco.

Coube a Roberto Santos também a direção de outros filmes importantes da nossa cinematografia como “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, de 1965, baseado no conto de João Guimarães Rosa,  vencedor do I Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e representante do Brasil no Festival de Cannes em 1966.

 

Santos também dirigiria um episódio de “As Cariocas” em  1966; “O Homem Nu” em 1967; “Vozes do Medo” em 1970/71; “Um Anjo Mau” em 1971; “As Três Mortes de Solano” em 1975; um dos episódios de “Contos Eróticos”, em 1977; “Os Amantes da Chuva” em 1979 e “Nasce uma Mulher” de 1982.

 

Para a TV Globo, Roberto Santos realizou alguns programas do “Globo Repórter” e fez algumas adaptações para os Casos Especiais como “Sarapalha” (adaptação do conto de João Guimarães Rosa); “O Poço” (do conto de Mário de Andrade) e “Antes do Baile Verde”, baseado em Lygia Fagundes Telles.



O último filme foi “Quincas Borba”, de 1986, uma adaptação do romance de Machado de Assis, que estreou no Festival de Cinema de Gramado de 1987. E foi de volta do Festival, ao descer no Aeroporto Internacional de Guarulhos, que aos 59 anos, Roberto Santos foi vítima de um infarto fulminante, encerrando uma carreira brilhante de diretor de cinema.

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