Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA SADI CABRAL

22 de Outubro de 2015

 (10/09/1906 – 23/11/1986)

 

Um pioneiro das radio novelas e dos teleteatros  

 

 

O alagoano Sadi Souza Leite Cabral veio para o Rio de Janeiro ainda pequeno. Em 1923, ingressou na Escola Municipal Dramática, onde iniciou sua carreira no teatro.

 

Sadi Cabral estreou profissionalmente em 1924, na Companhia de Abigail Maia, atuando em "Secretário de Sua Excelência". Em 1927 faz o curso de dança e coreografia de Maria Ollenewa e Richard Nemanoff e atuou em alguns espetáculos do Teatro Municipal como bailarino.

 

Em 1929, afastou-se do teatro e passou a dedicar-se ao rádio, sendo um dos introdutores das novelas radiofônicas no Brasil. Voltou ao teatro no final da década de 30 e participou de grandes companhias do teatro brasileiro - Teatro do Estudante do Brasil, Os Comediantes, Teatro Brasileiro de Comédia, Teatro Oficina e Teatro de Arena.

 

Ao longo de mais de seis décadas atuou em centenas de peças. Seu último trabalho em teatro foi uma remontagem de "O Homem do Princípio ao Fim", de Millôr Fernandes em 1981.

 

Como letrista, Sadi também deixou sua contribuição para a música popular brasileira. Seu grande parceiro foi Custódio Mesquita. Com ele compôs dois clássicos da MPB: "Velho Realejo" e "Mulher". Muitas das letras que escreveu para composições de Custódio Mesquita, tornaram-se grandes sucessos na voz de Sílvio Caldas.

 

Estreou no cinema em 1936, quando teve uma oportunidade de participar do filme "Bonequinha de Seda", de Oduvaldo Viana. No mesmo ano, Sadi fez "Noites Cariocas".  Participou de mais de 50 filmes, numa longa carreira, onde se destacam: “Rio 40 Graus" (1955), "Bahia de Todos os Santos" (1960), "Chuvas de Verão" (1978) e "Gaijin, Os Caminhos da Liberdade "(1980). Sua última participação no cinema foi no filme "O Menino Arco-Íris" (1983).

Na TV, Sadi Cabral estreou no início dos anos 50 nos teleteatros da TV Tupi, mas foi somente em 1967 que chegou às telenovelas participando de "Paixão Proibida". Depois dessa participação, ainda que sem deixar o cinema, nem o teatro, começou a fazer diversas novelas. Fez na TV Bandeirantes, "Os Miseráveis" e na TV Excelsior, “Legião dos Esquecidos".

 

Atuou também nas novelas "Sangue do Meu Sangue" e "Mais Forte que o Ódio", ambas na Excelsior. Em 1971, a Rede Globo de Televisão o chamou para fazer "Minha Doce Namorada" de Vicente Sesso vivendo um personagem inesquecível, o seu Pepê, e em seguida fez "O Primeiro Amor". A seguir vieram "Jerônimo, o Herói do Sertão"; "As Divinas e Maravilhosas", "O Velho, o Menino e o Burro", "Os Apóstolos de Judas", "Duas Vidas" e "Roda de Fogo".

 

Em 1981, na TV Cultura, participou das minisséries "O Fiel e a Pedra"; "Partidas Dobradas" e "O Resto é Silêncio". Na TV Bandeirantes fez "Um Homem Muito Especial" e "Maçã do Amor" (1983), seu último trabalho em novelas.

 

Ele morreu aos 80 anos, vitimado por uma parada cardíaca.

Foto 1 - Sadi Cabral foi  um pioneiro nas rádio novelas

Foto 2 - O grande personagem do ator foi em "O Primeiro Amor" ao lado de Elza Gomes

Foto 3 - Ao lado de Mauricio do Valle no filme "O Dia em que o Santo Pecou"

Foto 4 - O ator participou de muitas novelas em várias emissoras de TV

Foto 5 - Na TV Globo ele atuou com destaque também na novela "Duas Vidas"

 

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