Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA FLAVIO CAVALCANTI

25 de Setembro de 2015

(15/01/1923 – 26/05/1986)

 

O apresentador que gostava de polêmicas

  

Flavio Antonio Barbosa Nogueira Cavalcanti, ou simplesmente Flávio Cavalcanti, foi um dos mais respeitados e premiados apresentadores da nossa televisão, mas ele começou na verdade como repórter de rádio no final dos anos 40.

 

Ao mesmo tempo em que tinha um emprego no Banco do Brasil de meio período, o carioca Flávio Cavalcanti também trabalhava no jornal “A Manhã”, um diário carioca de prestígio nos anos 40 e 50 na cidade do Rio de Janeiro.

 

Do jornal impresso ele foi para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde conquistou os ouvintes apresentando o programa “Discos Impossíveis”. O sucesso do programa de rádio o levou para a TV Tupi do Rio em 1953 para apresentar um programa de entrevistas no lugar de Jacinto de Thormes.

 

No final da década de 50 ele ganhou o seu próprio programa, “Noite de Gala” e na década seguinte se destaca realizando entrevistas históricas como jornalista, entre elas uma exclusiva com o presidente John Kennedy na Casa Branca, em Washington; e outra com o temido Tenório Cavalcanti, o Homem da Capa Preta, no bairro carioca de Caxias, onde Tenório morava em uma verdadeira fortaleza.

 

Flávio sempre seguiu um estilo muito marcante na nossa TV, criando e sustentando polêmicas com o público, os artistas e personalidades políticas e do show business tupiniquim.

Foi ele quem criou o primeiro júri da televisão brasileira, trazendo personalidades marcantes para fazer parte dessa inovação. Foram jurados dos programas de Flávio Cavalcanti, entre outros, Sérgio Bittencourt, Márcia de Windsor, Erlon Chaves, Marisa Urban, Mister Eco, Cidinha Campos, Jorge Kajuru, Leila Diniz, Oswaldo Sargentelli, Vera Fischer e Dener Pamplona.

 

Muitos intérpretes se consagraram nacionalmente por participarem assiduamente dos programas de Flávio, que chegou a ter duas atrações semanais na TV Tupi: “A Grande Chance” e “Um Instante, Maestro!”. Na década de 70, todos os domingos, às 20 horas, uma voz em off anunciava: "Entra no ar, via Embratel, para todo o Brasil, pela Rede Tupi de Televisão, o Programa Flávio Cavalcanti".

 

Polêmico, mas líder de audiência, Flávio quebrava e depois jogava no lixo, ao vivo, discos que ele considerava medíocres, e ,criou um dos mais conhecidos bordões da nossa televisãom ao estender a mão direita para o alto: "Nossos comerciais, por favor!".

 

Ele foi censurado em 1973 quando apresentava seu programa na TV Tupi e ficou fora do ar por quase 60 dias. Saiu da emissora e foi uma das primeiras atrações da TVS, fundada por Silvio Santos, e em 1982 foi para a TV Bandeirantes apresentar o programa “Boa Noite, Brasil”.

 

Sempre polêmico e irrequieto, Flávio voltou para o SBT em 1983 para apresentar o seu “Programa Flávio Cavalcanti”, ao vivo e direto de São Paulo. Em 22 de maio de 1986, o apresentador fez uma rápida entrevista em seu programa e pediu os comerciais. Não se sentia bem e no intervalo teve uma isquemia miocárdica aguda. Levado rapidamente para o hospital, não resistiu e morreu quatro dias depois, aos 63 anos de idade.

Foto 1 - Flávio Cavalcanti estreou na Rádio Nacional no final dos anos 40

Foto 2 - Foi sempre um apresentador inteligente, porém muito polêmico

Foto 3 - Recebendo de Silvio Santos o Troféu Imprensa na década de 80

Foto 4 - Seu último programa foi no SBT de 1983 a 1986, e quase morreu no ar

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