Colunistas - Rodolfo Bonventti

O Rebu, uma história original

22 de Setembro de 2015

Uma novela global que questionava quem morreu e não o eterno “quem matou”?

 

Em novembro de 1974, Bráulio Pedroso voltava à TV Globo e estreava seu maior sucesso na emissora, a novela “O Rebu”, uma história original e muito criativa que em 112 capítulos se passava em apenas um dia e durante uma grande festa.

 

A história estava centrada em um grande banqueiro que promovia uma festa para recepcionar uma princesa italiana em visita ao Brasil. Só que durante a festa ocorria um assassinato e o corpo aparecia boiando na piscina na manhã seguinte.

 

A grande sacada de Bráulio Pedroso foi inverter a indagação “quem matou?”, muito comum nas novelas como um artifício para segurar o público e aumentar a audiência, por uma nova indagação: “quem morreu?”. E assim o telespectador tinha que descobrir, no decorrer da história, de quem era o corpo na piscina da mansão.

 

É claro que a solução para o questionamento só se resolveu no último capítulo, mas a novela, em um ritmo diferente e com flashbacks em todos os capítulos, rapidamente caiu no gosto do público e da crítica especializada que a transformaram em um dos maiores sucessos da TV Globo no horário das 22 horas.

 

Com direção de Daniel Filho, Wálter Avancini e Jardel Mello, “O Rebu” marcou também o último trabalho em novela de Ziembinski, em uma notável interpretação como o banqueiro Conrad Mahler. Ele era o centro de toda a história e se despediu da televisão realizando um trabalho marcante.

 

Em volta do rico banqueiro estavam os 24 convidados da recepção, e entre eles o assassinado e o assassino. Alguns personagens marcantes foram o ladrão Boneco que se faz passar por um industrial, interpretado por Lima Duarte; um milionário e a esposa (José Lewgoy e Arlete Salles); um industrial autista e sua belíssima mulher (Carlos Vereza e Maria Cláudia); Silvia, uma jovem bela e liberada, interpretada por Bete Mendes, na verdade é ela quem é assassinada pelo dono da casa, que sente ciúmes ao vê-la beijando um jovem rapaz, Cauê, que é um protegido do banqueiro e que marcou a estréia na TV de Buza Ferraz.

 

Muitos outros personagens excêntricos e misteriosos faziam parte da trama de Bráulio Pedroso interpretados por Edson França (delegado Xavier), Isabel Tereza (Ana Lucia), Mauro Mendonça (Álvaro), Isabel Ribeiro (Glorinha), Rodrigo Santiago (Kiko), Tereza Rachel (Lupe), Yara Côrtes (Bubu), Ruth de Souza (Lourdes), Alfredo Murphy (Olegário), Felipe Wagner (David), Haroldo de Oliveira (Astorige), Maria Helena Velasco (Lindona), Antonio Ganzarolli (Lucas), Regina Viana (Roberta), Lajar Muzuris (Fininho), Ivan Setta (Morel), Silvia Sangirardi (Mira), Caio Mourão (Caio), Fernanda de Jesus (Betinha),  Cláudio Ayres da Motta (Wilson) e Jorge Gomes (Rudy).

 

A novela marcou a estréia na TV Globo das atrizes Bete Mendes e Isabel Ribeiro e foi a primeira a tratar do homossexualismo, embora ainda de uma forma bastante velada. Um grande sucesso da emissora na década de 70.

Foto 1 - Ziembinski e Buza Ferraz viviam os principais papéis masculinos

Foto 2 - Ziembinski e Lima Duarte em brilhantes desempenhos

Foto 3 - Antonio Ganzaroli e Bete Mendes em cena da novela dheia de suspense

Foto 4 - Arlete Salles e Mauro Mendonça em cena da novela de 1974

Foto 5 - A novela marcou a estréia de Isabel Ribeiro na TV Globo

Foto 6 - Maria Cláudia também fazia parte do grande elenco

Foto 7 - Edson França e Isabel Tereza no sucesso de Bráulio Pedroso

 

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