Colunistas - Rodolfo Bonventti

Um argentino se tornou ídolo brasileiro

27 de Julho de 2015

Ele nasceu em Buenos Aires como Catello Carlos Gagliardi, veio para o Rio de Janeiro com apenas dois anos de idade, e se transformou em um dos cantores mais populares do Brasil na época de ouro do rádio brasileiro e das chanchadas nas telas dos cinemas.

Carlos Galhardo nasceu em Buenos Aires em 1913
 

Com a morte da mãe, em 1921, e com apenas oito anos de idade, ele foi morar com parentes e começou a aprender o ofício de alfaiate. Foi trabalhando como ajudante de alfaiate que ele conheceu o barítono Salvador Grimaldi e começou a ensaiar duetos de ópera e cançonetas italianas.

Em uma festa conheceu Mário Reis e Francisco Alves que ficaram admirados com o timbre de voz dele. Não demorou muito para mudar o nome para Carlos Galhardo e através do compositor Bororó conseguir uma oportunidade na Rádio Educadora do Brasil. Dali foi para o coro da gravadora RCA Victor e em 1933, aos 20 anos de idade, gravou o primeiro disco, interpretando o frevo “Você não gosta de mim”.

Carlos Galhardo passou a se apresentar nas principais emissoras de rádio do Rio de Janeiro e a gravar os principais compositores da época. Gravou com Carmen Miranda um famoso dueto na composição “Elogio da raça”. E o argentino de nascença se tornou um ídolo nacional da nossa música, se transformando rapidamente em campeão de vendagens de discos, competindo acirradamente com Francisco Alves, o Rei da Voz.

Na época das chanchadas participou de vários filmes como “Banana da terra”; “Vamos cantar”; “Entra na farra”; “Carnaval em lá maior” e “Metido a bacana” e com Dalva de Oliveira gravou a adaptação da história de “Branca de neve e os sete anões” para o disco.

 O cantor começou no rádio na década de 30
 

Eleito o “Rei do disco” em 1953, recebeu do apresentador Blota Júnior, da TV Record, o título de “Rei da valsa”. Ainda participou de muitos shows pelo Brasil e por Portugal e era presença constante nos programas de rádio e de televisão nas décadas de 50 e 60.

Galhardo foi um dos maiores vendedores de discos do Brasil
 

Considerado até hoje como um dos maiores intérpretes da música brasileira, Carlos Galhardo se apresentou pela última vez em 1983 em um espetáculo em homenagem ao compositor Antonio Nássara, e morreu dois anos depois, aos 72 anos de idade, no Rio de Janeiro.

 O cantor fez cinema e teve uma carreira de 50 anos 
 
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